Resultado da pesquisa (8)

Termo utilizado na pesquisa saponinas

#1 - Protodioscin levels in Brachiaria spp. in a sheep production system and a brief review of the literature of Brachiaria spp. poisoning in ruminants

Abstract in English:

Plants of the genus Brachiaria, used in several countries as forage, are poisonous to some livestock species. Their toxic principle is protodioscin, and the main form of clinical presentation of the toxicosis is hepatogenous photosensitization. Here we compare protodioscin levels in B. decumbens and B. brizantha and review the literature on the concentrations and methodologies of collection and analysis of the toxic principle in Brachiaria spp. and the risk of contamination of pastures by more toxic species that may facilitate poisoning by plants of this genus in sheep. The experiment was conducted in pastures originally formed by B. brizantha, with many B. decumbens invasion points. The occurrence of cases of poisoning by Brachiaria spp. was the criterion for confirming pasture toxicity. The forage samples were collected at ten random points every 28 days through manual grazing simulation. The samples were analyzed for protodioscin by high-performance liquid chromatography (HPLC) with light scattering by evaporation (ELSD) after being dried and crushed. In the flock of 69 sheep, five poisoning cases occurred, three sheep died, and two recovered. The protodioscin levels found in the evaluated pastures ranged from 0.70 to 0.45%; higher levels appeared in B. decumbens (7.09%) compared to 1.04% in B. brizantha. We suggest that Brachiaria spp. should be avoided in pastures where sheep are grazing.

Abstract in Portuguese:

Plantas do gênero Brachiaria, utilizadas em vários países como forragem, são tóxicas para várias espécies pecuárias. Seu princípio tóxico é a protodioscina, e a principal forma de apresentação clínica da toxicose é a fotossensibilização hepatógena. Este estudo teve como objetivo comparar os níveis de protodioscina em B. decumbens e B. brizantha e revisar a literatura sobre as concentrações e metodologias de coleta e análise do princípio tóxico em Brachiaria spp. e o risco de contaminação das pastagens por espécies mais tóxicas que podem facilitar a intoxicação por plantas desse gênero em ovinos. O experimento foi conduzido em pastagens originalmente formadas por B. brizantha, com diversos pontos de invasão por B. decumbens. Ocorrência de casos de intoxicação por Brachiaria spp. foi o critério para confirmação da toxicidade da pastagem. As amostras de forragem foram coletadas a cada 28 dias em dez pontos aleatórios por meio de simulação de pastejo manual. As amostras foram analisadas para protodioscina por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) com dispersão de luz por evaporação (ELSD) após serem secadas e trituradas. No rebanho de 69 ovelhas, cinco desenvolveram a intoxicação, três morreram e duas se recuperaram. Os níveis de protodioscina encontrados nas pastagens avaliadas variaram de 0,70 a 0,45%; níveis mais elevados apareceram em B. decumbens (7,09%) em comparação com 1,04% em B. brizantha. Sugerimos que Brachiaria spp. deve ser evitada no pasto de ovelhas em pastejo.


#2 - Comparison of the effects of Cestrum axillare leaves with isolated saponins in goats

Abstract in English:

Cestrum axillare Vell. (formerly Cestrum laevigatum Schltd.), family Solanaceae, is the most important hepatotoxic plant in Brazil that causes acute poisoning. It occurs in the Southeast and Center-West regions and in coastal areas of the Northeast Brazil. Spontaneous poisoning was described in cattle, goats and sheep, with clinical signs evidenced within 24 hours after ingestion of the leaves and death within 48 hours after signs onset. The clinical signs observed in acute poisoning are apathy, anorexia, ruminal arrest, arched back, constipation with feces in small spheres, sometimes covered with mucus and blood streaks, muscle tremors, staggering gait and sometimes sialorrhoea. Neurological signs may be observed, due to interference in the urea cycle due to hepatic insufficiency resulting in hyperammonemia (hepatic encephalopathy). The main pathological finding is centrilobular hepatic necrosis. The toxic principle present in C. axillare was not yet definitively proven, but some authors attribute the toxicity of the plant to the presence of saponins gitogenin and digitogenin. However, it has not been determined whether the saponins present in C. axillare are responsible for the hepatotoxic effect of the plant. Thus, the objective of this work is to determine if the saponins are the compounds responsible for the hepatotoxic effects produced by the ingestion of the leaves of C axillare, using goats as experimental model. For this, the effects of the administration of the leaves were compared with those produced by the saponins isolated from the leaves in goats. Six goats were randomly assigned to three experimental groups that received [1] dry leaves of C. axillare (animals A1 and A2), [2] saponins extract from leaves (animals S1 and S2) or [3] control group (animals C1 and C2). For goats receiving the dry leaves the administered dose of plant was 10g/kg for one animal (A1) and 5g/kg for the other one (A2). For animals receiving the saponins extract, administration was done at a dose equivalent to 20g/kg repeated after 24 hours. The dry leaves administered at a dose of 10g/kg to a goat produced toxic effects, with alterations in biochemistry (indicating hepatic lesion) and histopathology showing centrilobular hepatic necrosis. At the dose of 5 g/kg of dry leaves, clinical signs of poisoning were not observed, but hepatic necrosis was found; after 15 days after the last administration, the hepatic parenchyma of this animal was already normal, with only hemorrhagic areas, demonstrating full regeneration. The administration of extracts of saponins containing gitogenin and digitogenin to goats did not produce significant toxic effects, proving that these compounds are not responsible for intoxication. In addition, goats are a good experimental model for studies of this intoxication.

Abstract in Portuguese:

Cestrum axillare Vell. (anteriormente C. laevigatum Schltd.), família Solanaceae, é a mais importante planta hepatotóxica do Brasil que causa intoxicação aguda. Tem ocorrência nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e em áreas litorâneas do Nordeste. A intoxicação natural foi descrita em bovinos, caprinos e ovinos, com sinais clínicos evidenciados em até 24 horas após a ingestão das folhas e morte em até 48 horas após o início da sintomatologia. Os sinais clínicos observados na intoxicação aguda são apatia, anorexia, parada ruminal, dorso arqueado, constipação com fezes em formas de pequenas esferas, por vezes recobertas com muco e com estrias de sangue, tremores musculares, andar cambaleante e, às vezes, sialorreia. Podem ser observados sinais neurológicos, devido à interferência no ciclo da ureia pela insuficiência hepática resultando em hiperamonemia (encefalopatia hepática). O principal achado patológico é a necrose hepática centrolobular. O princípio tóxico presente no C. axillare ainda não está definitivamente comprovado, mas alguns autores atribuem a toxicidade da planta à presença das saponinas gitogenina e digitogenina. No entanto, ainda não foi determinado se as saponinas presentes em C. axillare são as responsáveis pelo efeito hepatotóxico da planta. Assim, o objetivo deste trabalho é determinar se as saponinas são os compostos responsáveis pelos efeitos hepatotóxicos produzidos pela ingestão das folhas de C. axillare, usando caprinos como modelo experimental. Para isto, foram comparados os efeitos da administração das folhas com os produzidos pelas saponinas isoladas destas folhas em caprinos. Foram utilizados seis caprinos, distribuídos aleatoriamente em três grupos experimentais que receberam [1] folhas secas de C. axillare (Caprinos A1 e A2), [2] extrato de saponinas das folhas (Caprinos S1 e S2), e [3] grupo controle (Caprinos C1 e C2). Para os caprinos que receberam as folhas secas a dose administrada de planta foi de 10g/kg para um animal (A1) e de 5g/kg para outro (A2). Para os animais que receberam o extrato de saponinas, a administração foi feita na dose equivalente a 20g/kg, repetida após 24 horas. Foi verificado que as folhas secas, quando administradas na dose de 10g/kg a um caprino, produziram efeitos tóxicos, com alterações na bioquímica (indicando lesão hepática) e histopatológica apresentando necrose hepática centrolobular. Na dose de 5g/kg de folhas secas, não foi observado sintomatologia clínica da intoxicação, mas houve necrose hepática; 15 dias após a última administração, o parênquima hepático deste animal já se encontrava normal, apenas com áreas hemorrágicas, demonstrando plena regeneração. A administração do extrato de saponinas contendo gitogenina e digitogenina a caprinos não produziu efeitos tóxicos significantes, comprovando não serem estes compostos os responsáveis pela intoxicação. Além disto, a espécie caprina é um bom modelo experimental para estudos desta intoxicação.


#3 - Lectin histochemistry evaluation of liver and mesenteric lymph node of buffaloes kept on Brachiaria spp. pastures, 36(9):798-804

Abstract in English:

ABSTRACT.- Miranda I.C., Riet-Correa G., Oliveira Júnior C.A., Riet-Correa B., Peixoto P.V., Costa S.Z.R., d’Avila M.S., Cid G.C. & França T.N. 2016. [Lectin histochemistry evaluation of liver and mesenteric lymph node of buffaloes kept on Brachiaria spp. pastures.] Avaliação lectino-histoquímica de fígado e linfonodo mesentérico de búfalos mantidos em pastagens de Brachiaria spp. Pesquisa Veterinária Brasileira 36(9):798-804. Curso de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Instituto de Veterinária, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Campus de Seropédica, BR-465 Km 7, Seropédica, RJ 23890-000, Brazil. E-mail: ileanamiranda@gmail.com Animals grazing Brachiaria spp. commonly present foamy macrophages isolated or grouped in the liver, and crystals within biliary ducts. The pathogenesis of formation and the nature of the material stored in these cells however are not completely known. Through lectin histochemistry evaluation, steroidal saponins (secondary glycosylated metabolites) have been identified in the crystals and within the cytoplasm of the foam cells, which are probably liable for damaging the liver, leading to accumulation of phylloerythrin. This study aims to standardize and characterize the use of lectin histochemistry to detect glycosylated metabolites in tissues of buffaloes kept on different Brachiaria spp. pastures in Brazil. Fragments of liver and mesenteric lymph node from 40 buffaloes were analyzed: 10 buffaloes that were kept in predominant pasture of B. decumbens for 12 months; 10 buffaloes that were kept in pasture with a predominance of B. brizantha for 18 months; 10 buffaloes that were kept on pasture of B. brizantha for about four years; and as a negative control, 10 buffaloes that were maintained on native pasture without Brachiaria spp. since birth. Fourteen lectins were tested (Con-A, SBA, WGA, DBA, UEA, RCA, PNA, GSL-I, PSA, LCA, PHA-E, PHA-L, SJA and SWGA), in a total of 1120 evaluated samples. Previous studies demonstrated that PNA showed great binding reactivity for foamy macrophages in cattle and sheep. In the present study, SWGA showed high specificity and marked binding reactivity for foamy macrophages; WGA, GSL, PHA-E and PHA-L showed moderate to marked reactivity, but low specificity for foamy macrophages. The other lectins had not relevant reactivity or specificity. Moreover there was no relevant reactivity difference between the collected samplesd from buffaloes that grazed B. decumbens for 12 months and Brachiaria brizantha for 18 months. However the decreased presence of foamy macrophages and its lectin histochemical binding in animals that fed on B. brizantha for a longer time, indicates that the buffaloes can pass through an adaptation process according to the plant intake time. Lectin histochemistry analysis can be used to characterize the material stored in foamy macrophages present in liver and mesenteric lymph node of buffaloes that graze on Brachiaria spp. pastures and helps to clarify the pathogenesis of these cells.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Miranda I.C., Riet-Correa G., Oliveira Júnior C.A., Riet-Correa B., Peixoto P.V., Costa S.Z.R., d’Avila M.S., Cid G.C. & França T.N. 2016. [Lectin histochemistry evaluation of liver and mesenteric lymph node of buffaloes kept on Brachiaria spp. pastures.] Avaliação lectino-histoquímica de fígado e linfonodo mesentérico de búfalos mantidos em pastagens de Brachiaria spp. Pesquisa Veterinária Brasileira 36(9):798-804. Curso de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Instituto de Veterinária, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Campus de Seropédica, BR-465 Km 7, Seropédica, RJ 23890-000, Brazil. E-mail: ileanamiranda@gmail.com Animais que se alimentam em pastos de Brachiaria spp. comumente apresentam macrófagos espumosos isolados ou agrupados no fígado, além de cristais no interior de ductos biliares. A patogênese da formação e a natureza do material armazenado nestas células, contudo, ainda não são completamente conhecidas. Através da avaliação lectino-histoquímica, saponinas esteroidais (metabólitos glicosilados secundários) têm sido identificadas nos cristais e no citoplasma das células espumosas, e provavelmente são responsáveis por danificar o fígado e levar ao acúmulo de filoeritrina. Por meio deste trabalho, objetivou-se padronizar e caracterizar a utilização da lectino-histoquímica na detecção de metabólitos glicosilados nos tecidos de búfalos mantidos em diferentes pastos de Brachiaria spp. no Brasil. Fragmentos de fígado e linfonodo mesentérico de 40 animais foram analisados: 10 búfalos mantidos em pastagem predominante de B. decumbens por aproximadamente 12 meses; 10 búfalos mantidos em pastagem predominante de B. brizantha por aproximadamente 18 meses; 10 búfalos mantidos em pastagem de B. brizantha por aproximadamente quatro anos; e, como controle negativo, 10 búfalos mantidos em pastagem livre de Brachiaria spp. desde o nascimento. Quatorze lectinas foram testadas (Con-A, SBA, WGA, DBA, UEA, RCA, PNA, GSL-I, PSA, LCA, PHA-E, PHA-L, SJA e SWGA), em um total de 1120 fragmentos avaliados. Estudos anteriores demonstraram que a lectina PNA possui marcada reatividade para macrófagos espumosos de bovinos e ovinos. No presente estudo, a lectina SWGA apresentou acentuada reatividade e alta especificidade para macrófagos espumosos; WGA, GSL, PHA-E e PHA-L mostraram moderada a acentuada reatividade, mas baixa especificidade aos macrófagos espumosos; as outras lectinas não apresentaram reatividade ou especificidade relevantes. Além disso, não houve diferença relevante de marcação entre os fragmentos coletados de animais que se alimentaram de B. decumbens por 12 meses e B. brizantha por 18 meses. Porém, a diminuição da presença e marcação lectino-histoquímica dos macrófagos espumosos nos tecidos dos búfalos que ingeriram Brachiaria brizantha durante mais tempo indica que os animais podem passar por um processo de adaptação de acordo com o tempo de ingestão da planta. A avaliação lectino-histoquímica pode ser utilizada para caracterizar o material armazenado em macrófagos espumosos presentes no fígado e linfonodo mesentérico de búfalos que se alimentam em pastagens de Brachiaria spp. e ajuda na compreensão da patogênese de formação destas células.


#4 - Identification of lamb flocks susceptible and resistant against Brachiaria poisoning, 36(5):383-388

Abstract in English:

ABSTACT.- Pupin R.C., Melo G.K.A., Heckler R.F., Faccin T.C., Ítavo C.C.B.F., Fernandes C.E, Gomes D.C. & Lemos R.A.A. 2016. Identification of lamb flocks susceptible and resistant against Brachiaria poisoning. Pesquisa Veterinária Brasileira 36(5):383-388. Laboratório de Anatomia Patológica, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Av. Senador Filinto Müller 2443, Campo Grande, MS 79074-460, Brazil. E-mail: ricardo.lemos@ufms.br This study was designed to assess the influence of genetic resistance against brachiaria poisoning in sheep. Two groups of sheep, one identified as susceptible (formed by two ewes and one ram) and the other as resistant against brachiaria poisoning (formed by three ewes and one ram) were selected. Sheep considered susceptible were those that presented clinical signs of brachiaria poisoning at any time of their life; resistant sheep were those that even raised on Brachiaria spp. pastures, did not developed any sign of the poisoning during their life. The offspring of the two flocks (15 lambs from the sensitive flock and 9 lambs from the resistant flock) were placed into brachiaria pasture (initially Brachiaria decumbens and B. brizantha,and only B. decumbens after weaning) and followed up during two years (2013-2014). The determination of protodioscin levels in B. decumbens pasture was performed only in 2014 and revealed significant amounts of the toxic principle. Eleven lambs of the susceptible group were affected to some degree of brachiaria poisoning and six died; no lamb of the resistant group was affected. Clinical signs consisted of varying degrees of subcutaneous edema of the face and, erythema and loss of hair of the ears, crusts on the skin of ears, around the eyes and on planum nasale, scar deformation of the ears, and bilateral ocular discharge; affected lambs also sought for shadowy shelters and they were poor doers. Several sheep recovered from the condition and then relapsed. Necropsy findings in six lambs included pale mucous membranes, emaciation, dermatitis, scar deformation of the ears, large yellow livers with marked lobular pattern, and moderate infestation by Haemonchus contortus. Histologically the liver lesions were similar in all necropsied lambs but with varying degrees of severity; they were consistent with brachiaria poisoning and included architectural disruption of hepatocellular trabecula, clusters of foamy macrophages occasionally forming multinucleated giant cells, swollen and vacuolated hepatocytes, crystals or negative images of crystals in the biliary system, bilestasis, bile duct proliferation and lymphoplasmacytic infiltrate in portal triads. The skin lesions were those of photodermatitis and included epidermal necrosis, hyperkeratosis and dermal neutrophilic infiltrate. The results of this study allow to conclude that there is a genetic related resistance to brachiaria poisoning in sheep since the progeny of resistant sheep did not manifest the poisoning. The use of resistant flocks in brachiaria pastures is suggested as a valuable option for the prevention of brachiaria poisoning in sheep.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Pupin R.C., Melo G.K.A., Heckler R.F., Faccin T.C., Ítavo C.C.B.F., Fernandes C.E, Gomes D.C. & Lemos R.A.A. 2016. Identification of lamb flocks susceptible and resistant against Brachiaria poisoning. [Identificação de rebanhos de cordeiros suscetíveis e resistentes a intoxicação por braquiária.] Pesquisa Veterinária Brasileira 36(5):383-388. Laboratório de Anatomia Patológica, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Av. Senador Filinto Müller 2443, Campo Grande, MS 79074-460, Brazil. E-mail: ricardo.lemos@ufms.br Este estudo avaliou a resistência genética na ocorrência de intoxicação por braquiária em ovinos. Foram selecionados dois grupos de ovinos, um identificado como suscetível (formado por duas ovelhas e um carneiro) e o outro como resistente (formado por três ovelhas e um carneiro). Foram considerados suscetíveis ovinos que apresentaram sinais de intoxicação por Brachiaria spp. em algum ponto de suas vidas e resistentes aqueles ovinos que, mesmo criados em pastagem de braquiária, nunca desenvolveram qualquer sinal da intoxicação. A progênie desses dois grupos (15 cordeiros do grupo suscetível e 9 no grupo resistente) foi colocada numa pastagem de braquiária (inicialmente Brachiaria decumbens e B. brizantha e, após o desmame, apenas B. decumbens) e acompanhada durante dois anos (2013-2014). A determinação dos níveis de protodioscina em B. decumbens foi realizada apenas em 2014 e foram encontradas quantidades significativas do princípio tóxico. Onze cordeiros do grupo suscetível foram afetados por algum grau de intoxicação por braquiária; nenhum cordeiro do grupo resistente foi afetado. Os sinais clínicos consistiam de graus variáveis de edema subcutâneo da face e eritema e alopecia da pele das orelhas, crostas na pele das orelhas e ao redor dos olhos e no plano nasal, retração cicatricial das orelhas, fotofobia e corrimento ocular bilateral. Três cordeiros apresentaram desenvolvimento retardado. Vários cordeiros se recuperaram da condição, mas posteriormente quando foram colocados na pastagem apresentaram recidivas. Achados de necropsia em seis cordeiros incluíam mucosas pálidas, pobre condição corporal, dermatite, deformação cicatricial das orelhas, fígado aumentado de volume, amarelo e com padrão lobular evidenciado e graus moderados de infestação por Haemonchus contortus. Histologicamente, as lesões hepáticas eram semelhantes em todos os cordeiros necropsiados, mas apresentavam vários graus de intensidade; eram consistentes com as lesões de intoxicação por braquiária e consistiam de desorganização da arquitetura trabecular dos hepatócitos, agregados de macrófagos espumosos ocasionalmente formando células gigantes multinucleadas, hepatócitos tumefeitos e vacuolizados, cristais ou imagem negativa de cristais no sistema biliar, bilestase, proliferação de ductos biliares e infiltrado linfoplasmocitário nas tríades portais. As lesões da pele eram de fotodermatite e incluíam necrose da epiderme, hiperqueratose e infiltrado neutrofílico na derme. Os resultados desse estudo permitem concluir que há uma resistência genética à intoxicação por braquiária em ovinos, uma vez que a progênie dos ovinos resistentes não manifestou a intoxicação. O uso de rebanhos resistentes em pastagens e braquiária é sugerido como uma valiosa opção para prevenir a intoxicação por braquiária em ovinos.


#5 - Spontaneous poisoning by Brachiaria decumbens in goats, 36(5):389-396

Abstract in English:

ABSTACT.- Rosa F.B., Rubin M.I.B., Martins T.B., Lemos R.A.A., Gomes D.C., Pupin R.C., Lima S.C. & Barros C.S.L. 2016. Spontaneous poisoning by Brachiaria decumbens in goats. Pesquisa Veterinária Brasileira 36(5):389-396. Departamento de Patologia, Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima 1000, Camobi, Santa Maria, RS 97105-900, Brazil. E-mail: claudioslbarros@uol.com.br An outbreak of Brachiaria decumbens poisoning in goats in the state of Mato Grosso do Sul, Brazil, is described. Out of a herd of about 1,000 goats, seven goats died after showing photosensitivity (3 out 7 goats) and icterus (4/7). Other clinical signs included lethargy, dehydration and weight loss (7/7). At necropsy there was either hepatomegaly or liver atrophy; orange, yellow or gray discoloration - were observed in the liver of six goats. Two had accentuation of lobular pattern and punctate, linear or stellar fibrous depressions were randomly distributedover the capsular surface. Macroscopic changesattributedto liver failure consisting of hydropericardium (2/7) and ascites (2/7) were observed. Histologically, there was accumulation of refringent crystals in the bile ducts and infiltration of foamy macrophages in the liver of all goats. Foamy macrophages were also present in the hepatic and mesenteric lymph nodes of two goats. The diagnosis of B. decumbens poisoning was based on epidemiology, clinical signs, necropsy findings and histopathology.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Rosa F.B., Rubin M.I.B., Martins T.B., Lemos R.A.A., Gomes D.C., Pupin R.C., Lima S.C. & Barros C.S.L. 2016. Spontaneous poisoning by Brachiaria decumbens in goats. [Intoxicação espontânea por Brachiaria decumbens em caprinos.] Pesquisa Veterinária Brasileira 36(5):389-396. Departamento de Patologia, Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima 1000, Camobi, Santa Maria, RS 97105-900, Brazil. E-mail: claudioslbarros@uol.com.br Relata-se um surto de intoxicação por Brachiaria decumbens em caprinos no estado do Mato Grosso do Sul. De um rebanho de aproximadamente 1.000 caprinos, sete cabras morreram após apresentar fotossensibilização (3 de 7 cabras) e icterícia (4/7). Outros sinais clínicos incluíam apatia, desidratação e emagrecimento (7/7). Todas as cabras tinham alteração no tamanho do fígado - cinco estavam aumentados de volume e dois, diminuídos; o fígado de 6 cabras tinha alteração na cor - dois eram alaranjados, dois amarelados e dois, acinzentados; o fígado de duas cabras tinha acentuação do padrão lobular e outros dois apresentavam depressões fibrosas puntiformes, lineares ou estreladas, brancacentas distribuídas aleatoriamente pela superfície capsular. Adicionalmente, foram observadas alterações macroscópicas atribuídas à insuficiência hepática como hidropericárdio (2/7) e ascite (2/7). Alterações histopatológicas incluíam cristais refringentes nos ductos biliares e infiltrado de macrófagos espumosos no parênquima hepático de todas as cabras. Macrófagos espumosos também foram observados nos linfonodos mesentéricos e hepáticos em duas cabras. O diagnóstico de intoxicação por braquiária foi baseado na epidemiologia, achados clínicos, de necropsia e histopatológicos.


#6 - Brachiaria spp. poisoning of ruminants in Brazil, 31(3):183-192

Abstract in English:

ABSTRACT.- Riet- Correa B., Castro M.B., Lemos R.A., Riet-Correa G., Mustafa V. & Riet-Correa F. 2011. Brachiaria spp. poisoning of ruminants in Brazil. [Intoxicação por Brachiaria spp. em ruminantes no Brasil.] Pesquisa Veterinária Brasileira 31(3):183-192. Hospital Veterinário, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, 58700-070 Patos, PB, Brazil. E-mail: franklin.riet@pq.cnpq.br Brachiaria species are the most important grasses for cattle production in Brazil. However, a limiting factor for the use of Brachiaria spp. is their toxicity. Most outbreaks of hepatogenous photosensitization are caused by B. decumbens; however B. brizantha, B. humidicola and B. ruziziensis can also cause poisoning. The poisoning affects cattle, sheep, goats and buffalo. Sheep are more susceptible than other animal species and the young are more susceptible than adults. There are differences in susceptibility among animals of the same species and it has been suggested that this resistance is genetic. Also has been suggested that buffalo and probably some sheep are resilient, i.e. when poisoned these animals have histologic lesions and high GGT serum concentrations, but do not show clinical signs. In general, saponin concentrations are higher in growing plants, but outbreaks occur all over the year, probably due to unexplained rise in saponin concentration in the plant. A clinical syndrome of progressive weight loss and death, without photosensitization, has been reported in cattle poisoned by B. decumbens. Main preventive measures are based on the selection of resistant or resilient animals and on the development of Brachiaria species or varieties with low saponin concentration.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Riet- Correa B., Castro M.B., Lemos R.A., Riet-Correa G., Mustafa V. & Riet-Correa F. 2011. Brachiaria spp. poisoning of ruminants in Brazil. [Intoxicação por Brachiaria spp. em ruminantes no Brasil.] Pesquisa Veterinária Brasileira 31(3):183-192. Hospital Veterinário, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, 58700-070 Patos, PB, Brazil. E-mail: franklin.riet@pq.cnpq.br Brachiaria spp. são as forrageiras mais importantes para a pecuária brasileira. Entretanto, um fator limitante para sua utilização é a sua toxicidade. A maioria dos surtos de fotossensibilização hepatógena é causada por Brachiaria decumbens; porém, B. brizantha, B. humidicola e B. ruziziensis podem também causar intoxicação. A intoxicação afeta bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos. Os ovinos são mais susceptíveis que as outras espécies, e os animais jovens são mais susceptíveis que os adultos. Existem diferenças na susceptibilidade entre animais da mesma espécie e tem sido sugerido que esta resistência é genética. Sugere-se, também, que búfalos e provavelmente alguns ovinos são resilientes (quando intoxicados apresentam lesões histológicas e aumento das concentrações séricas de GGT, mas não apresentam sinais clínicos). Em geral, a concentração de saponinas é maior nas plantas em crescimento, mas surtos ocorrem durante todo o ano, provavelmente por aumento da concentração de saponinas na planta por alguma causa ainda desconhecida. Uma síndrome clínica com progressiva perda de peso e morte, sem fotossensibilização, tem sido descrita em bovinos intoxicados por B. decumbens. As principais medidas preventivas são baseadas na seleção de animais resistentes ou resilientes e o desenvolvimento de espécies ou variedades de Brachiaria com menores concentrações de saponinas.


#7 - Histologic lesions in livers and lymph nodes in buffalo (Bubalus bubalis) grazing in Brachiaria spp. pastures., 30(9):705-711

Abstract in English:

ABSTRACT.- Riet-Correa B., Riet-Correa F., Oliveira Junior C.A., Duarte V.C. & Riet-Correa G. 2010. [Histologic lesions in livers and lymph nodes in buffalo (Bubalus bubalis) grazing in Brachiaria spp. pastures.] Alterações histológicas em fígados e linfonodos de búfalos (Bubalus bubalis) em pastagens de Brachiaria spp. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(9):705-711. Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Pará, Rua Maximino Porpino da Silva 1000, Castanhal, PA 68743-080, Brazil. E-mail: griet@ufpa.br Infiltration by foamy macrophages and other lesions are reported in healthy cattle held in Brachiaria spp. pastures. With the objective to study histologic lesions in the liver and mesenteric lymph nodes in buffalo in the state of Pará, samples of liver and lymph nodes of 142 buffalo Murah and 15 Nelore cattle were studied histologically. The samples were collected in an slaughterhouse and divided into groups of animals according to their origin and period of grazing Brachiaria spp. pastures. Group (G) 1 consisted of 79 buffalo from Marajó Island, raised in native pastures free of Brachiaria spp.; G2 was composed of 17 buffalo kept since birth in Brachiaria brizantha pastures; G3 was composed of 29 buffalo purchased in Marajó Island and introduced in B. decumbens pastures where they stayed for nearly 12 months; G4 consists of 17 buffalo purchased in Marajó Island and introduced in B. brizantha pastures where they stayed for nearly 18 months. G5 was composed of 15 Nelore cattle grazing B. brizantha during one year period. To assess the degree of liver injury, grades following a scale of 0 to 4 were established according to the quantity and size of groups of foamy macrophages. In G1, from the Marajó Island, there were no significant histological changes in liver and lymph nodes. Foamy macrophages and other lesions were observed in liver and lymph nodes of all samples from G1, G2, G3, and G4. The animals from G2 and G4, which remained a longer period in Brachiaria spp., showed more pronounced infiltration of foamy macrophages (P<0.05) than the animals of G3. Other lesions observed in the livers of these three groups were swollen, vacuolated or necrotic hepatocytes, mainly in the centrolobular region, and thickening of the Glisson´s capsule with vacuolization and necrosis of subcapsular hepatocytes. These lesions were more pronounced in areas where exists higer infiltration of foamy macrophages. In cattle from G5 smaller groups of foamy macrophages were observed in the lymph nodes and were absent in the liver. These results suggest that the hepatic lesions observed in buffalo are caused by ingestion of Brachiaria spp. The presence of severe lesions in buffalo without clinical signs, much more severe than those observed and reported previously in cattle, as well as the low frequency of Brachiaria poisoning in buffalo grazing in Brachiaria spp. pastures, suggest that buffalo are resilient to Brachiaria spp. poisoning. In each group, there was no association between the weight at slaughter and the degree of lesion. It is also suggested that the observation of severe lesions of the liver, similar to those observed in this experiment, in animal that died from other diseases, can lead to a wrong diagnosis of Brachiaria poisoning.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Riet-Correa B., Riet-Correa F., Oliveira Junior C.A., Duarte V.C. & Riet-Correa G. 2010. [Histologic lesions in livers and lymph nodes in buffalo (Bubalus bubalis) grazing in Brachiaria spp. pastures.] Alterações histológicas em fígados e linfonodos de búfalos (Bubalus bubalis) em pastagens de Brachiaria spp. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(9):705-711. Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Pará, Rua Maximino Porpino da Silva 1000, Castanhal, PA 68743-080, Brazil. E-mail: griet@ufpa.br Infiltração por macrófagos espumosos e outras lesões podem ser encontradas em bovinos clinicamente sadios em pastagens de Brachiaria spp. Com o objetivo de determinar as alterações histológicas do fígado e linfonodos mesentéricos em búfalos no Pará foram estudadas as alterações histológicas de fragmentos desses órgãos de 142 búfalos da raça Murrah e de 15 bovinos da raça Nelore, coletados em frigoríficos. As coletas foram separadas em grupos de animais de acordo com sua origem e tempo de permanência na pastagem de Brachiaria spp., sendo o Grupo (G) 1 composto por 79 búfalos provenientes da Ilha de Marajó, criados em pastagens de campo nativo; o G2 composto por 17 búfalos mantidos desde o nascimento em pastagens de Brachiaria brizantha; o G3 composto por 29 búfalos adquiridos na Ilha do Marajó e introduzidos em pastagem de B. decumbens por aproximadamente 12 meses; o G4 composto por 17 búfalos adquiridos na Ilha de Marajó e introduzidos em pastagem de B. brizantha por aproximadamente 18 meses; e o G5 composto por 15 bovinos mantidos em pastagem de B. brizantha por aproximadamente 12 meses. Para avaliar a gravidade da lesão hepática foram estabelecidos graus de acordo com a quantidade e tamanho dos grupos de macrófagos espumosos, seguindo uma escala de 0 a 4. Nos animais do G1, provenientes da Ilha de Marajó, não foram observadas alterações histológicas significativas no fígado e linfonodos mesentéricos. Em todas as amostras dos grupos G2, G3 e G4 foram observados quantidades variáveis de macrófagos espumosos no fígado e linfonodos mesentéricos. Os animais dos grupos G2 e do G4, que permaneceram um período maior em pastagens de Brachiaria spp, apresentaram lesões mais acentuadas (P<0,05) de macrófagos espumosos do que os animais do G3. Além da presença de macrófagos espumosos, foram observadas também, no fígado desses três grupos, tumefação, vacuolização e necrose de hepatócitos, principalmente da região centrolobular. Essas lesões eram mais acentuadas nas áreas onde havia maior infiltração de macrófagos espumosos. Havia fibrose capsular e as lesões dos hepatócitos nesta localização eram mais severas. Nos bovinos do G5 foram observados pequenos grupos de macrófagos espumosos nos linfonodos mesentéricos e ausência dessas células no fígado. Esses resultados sugerem que as lesões hepáticas observadas na histologia em búfalos sem sinais clínicos são ocasionadas pela ingestão de Brachiaria spp. A presença de lesões severas em búfalos sem sinais clínicos, bem mais graves do que as observadas em bovinos, assim como a ausência de surtos de intoxicação por Brachiaria nessa espécie, sugere sua resiliência à intoxicação por Brachiaria spp. Dentro de cada grupo não foi comprovada associação entre o peso ao abate e a gravidade das lesões. A presença de lesões severas no fígado de búfalos sem sinais clínicos alerta para o fato de que lesões semelhantes encontradas durante necropsias de búfalos mortos por outras causas possam levar ao diagnóstico errado de intoxicação por Brachiaria spp.


#8 - Photosensitization of sheep kept on Brachiaria brizantha pasture in the state of Pará, 30(9):741-748

Abstract in English:

ABSTRACT.- Albernaz T.T., Silveira J.A.S., Silva N.S., Oliveira C.H.S., Belo Reis A.S., Oliveira C.M.C., Duarte M.D. & Barbosa J.D. 2010. [Photosensitization of sheep kept on Brachiaria brizantha pasture in the state of Pará.] Fotossensibilização em ovinos associada à ingestão de Brachiaria brizantha no estado do Pará. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(9): 741-748. Central de Diagnóstico Veterinário, Universidade Federal do Pará, Campus de Castanhal, Rua Maximino Porpino da Silva 1000, Pirapora, Castanhal, PA 68743-080, Brazil. E-mail: tatyalbernaz@ufpa.br Two outbreaks of photosensitization by Brachiaria brizantha were studied and an experiment was performed in Santa Inês and Dorper crossbred sheep, two to three months old, on a farm in Santa Luzia do Pará municipality. These animals were kept from birth until about two months of age in a suspended stall floor, fed purple elephant grass (Pennisetum purpureum cv. purple), and had minerals and water ad libitum. After this period they were placed into a paddock of B. brizantha. At the time of the outbreaks and the experimental studies, the farm was visited for epidemiological assessment and clinical examination of the sheep, collection of blood samples for measurement of gamma glutamyltransferase, aspartate aminotransferase, conjugated bilirubin, unconjugated bilirubin, urea, and creatinine. Pasture samples were collected for saponin determination and count of Pithomyces chartarum spores. Necropsies with collection of material for histopathological studies were performed. Outbreak 1 occurred at the time of low rainfall, when the grass was scarce and mature, and morbidity and lethality was 43.4% and 81.6%, respectively. Outbreak 2 occurred at the beginning of the rainy season, with morbidity and lethality rates of 16.3% and 76.9%, respectively. From the 50 animals in the experiment, 10 received three times 200ml of rumen fluid taken from mother sheep of the same batch. The first of these administrations was given one day before the sheep were introduced into the pasture and the other two at weekly intervals. After 15 days in the pasture, the animals were unquiet, looked for shade, had edema of the ears, yellowish mucosae, were apathic, had anorexia and showed sloughing of the skin followed by crusting in some areas of the body. Both, the sheep of the outbreaks as those from the experiment, showed increased levels of GGT, AST, BD, BI, BT, urea and creatinine. In sheep which received ruminal fluid the values of urea and GGT were similar to those which did not receive the ruminal fluid. The creatinine, AST and bilirrubine values were lower in sheep that received the ruminal fluid. Two types of saponins, methylprotodioscin and protodioscin, were detected in the samples of B. brizantha from the outbreaks and the experiment. The level of saponins in Outbreak 1 and 2 was 0.92% and 0.88% respectively. The levels of saponins in the experiment ranged from 1.13% to 1.62%. The numbers of spores of Pithomyces chartarum in both outbreaks and in the experiment were negligible. At necropsy there was widespread jaundice, the liver was brown-yellow with marked lobular pattern and increased consistency and the kidneys were enlarged yellowish-green. Histological changes occurred mainly in the liver and consisted of mild proliferation of bile ducts in portal tracts, presence of binucleate hepatocytes, foamy macrophages, necrosis of isolated hepatocytes, cholangitis, presence of crystals in hepatocytes and macrophages.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Albernaz T.T., Silveira J.A.S., Silva N.S., Oliveira C.H.S., Belo Reis A.S., Oliveira C.M.C., Duarte M.D. & Barbosa J.D. 2010. [Photosensitization of sheep kept on Brachiaria brizantha pasture in the state of Pará.] Fotossensibilização em ovinos associada à ingestão de Brachiaria brizantha no estado do Pará. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(9): 741-748. Central de Diagnóstico Veterinário, Universidade Federal do Pará, Campus de Castanhal, Rua Maximino Porpino da Silva 1000, Pirapora, Castanhal, PA 68743-080, Brazil. E-mail: tatyalbernaz@ufpa.br Foram estudados dois surtos e realizado um experimento de fotossensibilização associada à ingestão por Brachiaria brizantha em ovinos mestiços de Santa Inês e Dorper, com idade variando de dois a três meses, em uma fazenda no município de Santa Luzia do Pará. Esses animais foram mantidos desde o nascimento até aproximadamente dois meses de idade, em apriscos suspensos do chão, recebendo capim-elefante roxo (Pennisetum purpureum cv. roxo), concentrado, sal mineral e água ad libitum. Após esse período foram introduzidos em um piquete de B. brizantha. Na ocasião dos surtos e do experimento a fazenda foi visitada para observação dos dados epidemiológicos, avaliação clínica dos animais, colheita de amostras de sangue para dosagem de GGT, AST, BD, BI, BT, ureia e creatinina e colheita de pastagem para pesquisa de Pithomyces chartarum e saponinas. Também foi realizada necropsia com colheita de material para estudo histológico. O surto 01 ocorreu na época de escassez de chuva, com taxa de morbidade e letalidade de 43,4% e 81,6%, respectivamente. O surto 02 aconteceu no início da época chuvosa, com taxas de morbidade e letalidade de 16,3% e 76,9%, respectivamente. Em ambos os surtos o capim encontrava-se com massa residual reduzida e senescente. Dos 50 animais do experimento, 10 receberam 200ml de fluido ruminal retirado de ovelhas mães do mesmo lote, a primeira administração foi feita um dia antes da introdução desses animais na pastagem, e mais duas subsequentes com intervalo de uma semana. Após 15 dias de pastejo, os animais começaram a apresentar inquietação, procura por sombra, edema nas orelhas, mucosas amareladas, apatia, anorexia e desprendimento da pele seguido por formação de crostas em algumas áreas do corpo. Tanto os animais dos surtos quanto do experimento apresentaram aumento nos níveis de GGT, AST, BD, BI, BT, ureia e creatinina. Os valores de ureia e GGT dos animais que receberam fluido ruminal e dos que não receberam foram semelhantes, já os valores de creatinina, AST e bilirrubinas foram menores nos animais que receberam fluido ruminal em comparação aos que não receberam. Foram determinados dois tipos de saponinas nas amostras de B. brizantha dos surtos e do experimento, a metilprotodioscina e a protodioscina. O nível de saponina no surto 01 e 02 foi 0,92% e 0,88%, respectivamente. Os níveis de saponinas no experimento variaram de 1,13% a 1,62%. A quantidade de Pithomyces chartarum, tanto nos surtos quanto no experimento, foi insignificante. Na necropsia foi verificada icterícia generalizada, fígado com consistência aumentada de coloração amarelada e com padrão lobular acentuado. Nos rins foi observada coloração amarelo-esverdeado e aumento de tamanho. As alterações histológicas ocorreram principalmente no fígado e consistiram de leve proliferação das vias biliares nos espaços porta, presença de hepatócitos binucleados, presença de macrófagos espumosos, necrose incipiente de hepatócitos isolados, colangite, presença de cristais em macrófagos e hepatócitos.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV