Abstract in English:
ABSTRACT.- Cid M.S., Indurain C., Odriozola E., Brizuela M.A. & Lauge M. 2011. Diagnose of the ingestion of Asclepias mellodora St. Hil. by sheep through microhistological analysis of their digestive contents. Pesquisa Veterinária Brasileira 31(2):111-116. Animal Production Department, Balcarce Integrated Unit (Faculty of Agricultural Sciences, Mar del Plata National University - Balcarce Experimental Station, National Institute of Agricultural Technology), Ruta 226 Km 73.5, cc 276 (7620) Balcarce, Agentina. E-mail: scid@balcarce.inta.gov.ar
Asclepias mellodora St. Hil. is a native acute toxic species frequent in the grasslands of the Buenos Aires province, Argentina, whose toxicity had not been assessed until now. This study evaluates the minimal lethal dose of this species for sheep, and the possibility of microscopically recognizing its fragments in gastrointestinal contents as a complementary diagnostic tool in necropsies. Three Frisona sheep (average LW=55±4.5 kg) were dosed via an esophageal tube with each one of the following doses of asclepias: 8.0, 5.0, 2.0 and 0.8 g DM.kg LW-1. Sheep poisoned with the three higher doses died between 10 and 85 h after intoxication, but those receiving the lower dose did not. During necropsies we: 1) determined the dry weight of the contents of rumen+reticulum, omasum+abomasum, and large intestine, 2) estimated the percentages of asclepias fragments by microanalysis correcting for digestion effects on fragment recognition, and 3) calculated the total mass of asclepias in the digestive tract of each animal. For the three higher doses, the mass of asclepias identified in the total ingesta was 12.3±3.4% of the amount supplied, possibly because of the strong diarrhea its ingestion produced. The percentages of asclepias in rumen+reticulum did not differ from the average quantified for the entire tract. The results of this study indicate that the minimal lethal doses of asclepias for sheep is between 2.0 and 0.8g DM·kg LW-1, and that the microhistological analysis of the rumen+reticulum, the easiest region to sample, can be used to confirm the ingestion of this toxic species, although the estimated percentage will be not a good estimator of the ingested percentage.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Cid M.S., Indurain C., Odriozola E., Brizuela M.A. & Lauge M. 2011. Diagnose of the ingestion of Asclepias mellodora St. Hil. by sheep through microhistological analysis of their digestive contents. [Diagnose da ingestão de Asclepias mellodora St. Hil. por ovinos através da análise micro-histológica de seu conteúdo digestivo.] Pesquisa Veterinária Brasileira 31(2):111-116. Animal Production Department, Balcarce Integrated Unit (Faculty of Agricultural Sciences, Mar del Plata National University - Balcarce Experimental Station, National Institute of Agricultural Technology), Ruta 226 Km 73.5, cc 276 (7620) Balcarce, Agentina. E-mail: scid@balcarce.inta.gov.ar
Asclepias mellodora St. Hil. é uma espécie nativa de aguda toxicidade, frequente nos campos da província de Buenos Aires, Argentina. A sua toxicidade não foi avaliada até agora. Este estudo avalia a dose mínima letal desta espécie, para os ovinos, bem como a possibilidade de reconhecer microscopicamente seus fragmentos no conteúdo gastrointestinal como uma ferramenta complementar de diagnóstico em necropsias. Três ovinos Frisona (PV média = 55±4,5 kg) foram dosados através de uma sonda esofágica em cada uma das seguintes doses de Asclepias: 8,0, 5,0, 2,0 e 0,8 g DM.kg PV-1. Ovinos intoxicados com as três maiores doses morreram entre 10-85 h após a intoxicação, mas não aqueles que receberam a dose menor. Durante as necropsias se: 1) determinou o peso seco do conteúdo do rúmen + retículo, omaso + abomaso e intestino grosso, 2) estimou as porcentagens de fragmentos de Asclepias por microanálise, fazendo a correção para efeitos de digestão no reconhecimento dos fragmentos, e 3) calculou a massa total de Asclepias no trato digestivo de cada animal. Para as três doses maiores, a massa de Asclepias identificada na ingesta total foi de 12,3±3,4% da quantidade fornecida, possivelmente por causa da forte diarréia produzida pela sua ingestão. As porcentagens de Asclepias no rúmen + retículo não diferiram da média quantificada para o trato completo. Os resultados deste estudo indicam que a dose letal mínima de Asclepias em ovinos é de entre 2,0 e 0,8 g kg PV • DM-1, e que a análise micro-histológica do rúmen + retículo, a região mais fácil de amostrar, pode ser usada para confirmar a ingestão desta espécie tóxica, embora a percentagem estimada não será um bom estimador da porcentagem ingerida.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Carmo P.M.S., Irigoyen L.F., Lucena R.B., Fighera R.A., Kommers G.D. & Barros C.S.L. 2011. Spontaneous coffee senna poisoning in cattle: Report on 16 outbreaks. Pesquisa Veterinária Brasileira 31(2):139-146. Departamento de Patologia, Universidade Federal de Santa Maria, 97105-900 Santa Maria, RS, Brazil. E-mail: claudioslbarros@uol.com.br
Sixteen outbreaks of Senna occidentalis (coffee senna) that occurred in cattle in the state of Rio Grande do Sul, Brazil, were reviewed. The great majority (75%) of the outbreaks occurred in adult cattle at pasture during the autumn and winter months with 50% in May, evidencing a striking seasonality. Mortality rates varied from 4.2% to 55.2% and cattle died 2 days up to 2 weeks after showing clinical signs that included dry feces (occasionally diarrhea), muscle weakness, reluctance to move, tachypnea, instability of the hind limbs with dragging of the toes, tremors in muscles of the thighs, neck, and head, ear dropping, sternal recumbency, lateral recumbency and death. Myoglobinuria characterized by a dark red or black discolored urine was a consistent finding in cattle affected at pasture but not in those poisoned by ration contaminated with coffee senna beans. Creatine phosphokinase serum activity was marked ly elevated. Main gross changes observed in 23 necropsies involved skeletal muscles of the hind limbs. These changes consisted of varying degrees of paleness of muscle groups. Subepicardial and subendocardial hemorrhages were present in the hearts of all affected cattle. Histologically a segmental degenerative myopathy of striated muscles was present in every case and had a multifocal polyphasic or monophasic character. Myocardial (3/23), hepatic (3/13), renal (3/10), and splenic (1/6) microscopic lesions were observed occasionally. Myocardial lesions were mild and consisted of vacuolation of cardiomyocytes or focal fibrosis. Hepatic changes consisted of diffuse hepatocelular vacuolation, cytosegrosomes within hepatocytes, and individual hepatocellular necrosis. Kidneys had vacuolar degeneration of tubular epithelium associated with acidophilic casts (proteinosis) within tubular lumina. In the spleen there was marked necrosis of lymphocytes of the white pulp. No histological changes were found in the brains of 13 affected cattle. The data of this study suggest that coffee senna poisoning is an important cause of death in cattle in southern Brazil.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Carmo P.M.S., Irigoyen L.F., Lucena R.B., Fighera R.A., Kommers G.D. & Barros C.S.L. 2011. Spontaneous coffee senna poisoning in cattle: Report on 16 outbreaks. [Intoxicação espontânea por fedegoso em bovinos: relato de 16 surtos.] Pesquisa Veterinária Brasileira 31(2):139-146. Departamento de Patologia, Universidade Federal de Santa Maria, 97105-900 Santa Maria, RS, Brazil. E-mail: claudioslbarros@uol.com.br
Dezesseis surtos de intoxicação por Senna occidentalis (fedegoso) em bovinos do Rio Grande do Sul foram revisados. A grande maioria dos surtos (75%) ocorreu em bovinos adultos em pastoreio durante o outono e inverno com 50% dos surtos em maio, evidenciando uma notável sazonalidade. Os coeficientes de mortalidade variaram de 4,2% a 55,2% e os bovinos morriam 2 dias a duas semanas após mostrarem sinais clínicos que incluíam fezes ressecadas (ocasionalmente diarreia), fraqueza muscular, relutância em mover-se, taquipneia, instabilidade dos membros pélvicos com arrastamento das pinças, tremores nos músculos das coxas, pescoço e cabeça; orelhas caídas, decúbito esternal, decúbito lateral, e morte. Mioglobinúria, caracterizada por urina vermelho-escura ou preta foi regularmente encontrada em bovinos afetados em pastoreio, mas não naqueles que se intoxicaram ao ingerir ração contaminada com as sementes da planta. A atividade sérica da creatina fosfocinase estava acentuadamente elevada. As principais alterações macroscópicas observadas em 23 necropsias envolviam os músculos esqueléticos dos membros pélvicos. Essas alterações consistiam de graus variáveis de palidez em grupos musculares. Hemorragias subepicárdicas e subendocárdicas ocorreram nos corações de todos os bovinos afetados. Histologicamente, miopatia degenerativa dos músculos estriados esteve presente em todos os casos e tinha um caráter multifocal monofásico ou polifásico. Lesões microscópicas no miocárdio (3/23), fígado (3/13), rim (3/10) e baço (1/6) foram ocasionalmente observadas. As lesões miocárdicas eram discretas e consistiam de vacuolização dos cardiomiócitos ou fibrose focal. As lesões hepatocelulares consistiam de vacuolização difusa, formação de citossegrossomos e necrose individual. Nos rins havia degeneração vacuolar do epitélio tubular associada a cilindros eosinofílicos (proteinose) na luz tubular. No baço havia marcada necrose de linfócitos da polpa branca. Nenhuma alteração foi encontrada ao exame histológico do encéfalo de 13 bovinos afetados. Os dados deste estudo sugerem que a intoxicação por fedegoso é uma importante causa de morte em bovinos do sul do Brasil.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Guaraná E.L.S., Riet-Correa F., Mendonça, C.L., Medeiros R.M.T., Costa N.A. & Afonso J.A.B. 2011. [Poisoning by Solanum paniculatum (Solanaceae) in cattle.] Intoxicação por Solanum paniculatum (Solanaceae) em bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 31(1):59-64. Clínica de Bovinos, Campus Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Bom Pastor s/n, Cx. Postal 152, Mundaú, Garanhuns, PE 55292-901, Brazil. E-mail: eduardoguarana@hotmail.com
Outbreaks of a disease of the nervous system are reported in cattle in three farms in the Agreste region of the state of Pernambuco. Morbidity, mortality and fatality rates varied from 3 to 25%, 0 to 20% and 0 to 60%, respectively. A weed found in large amounts in the pastures was identified as Solanum paniculatum. Clinical signs were characterized by transitory, periodic attacks with loss of balance, incoordinated gait, neck and head extension, hypermetria, intention tremors, nystagmus, and falls. The attacks were induced when the animals were disturbed or by the application of the head raising test. Two cows showed permanent signs including ataxia, abnormal posture, staggering gait with limbs in abduction, intention tremors, hypermetria, and progressive weight loss. Histological lesions in one cow were fine vacuolation of the cerebellar Purkinje neurons with marginalization of the nucleus. Loss of Purkinje neurons with proliferation of Bergmann astrocytes and Wallerian degeneration with axonal spheroids in the granular layer and cerebellar white matter were also observed. Neuronal vacuolation and axonal spheroids were observed in the gracillis nucleus. In one cow that stayed for approximately 10 months in an area free of S. paniculatum with permanent signs, there was a severe depletion of Purkinje neurons in the cerebellum. The granular and molecular layers were reduced and depleted of cells. Considering that the toxic compound of S. paniculatum is unknown, and that the plant is largely used as a medical plant, it is necessary to take into account the risk of human poisoning.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Guaraná E.L.S., Riet-Correa F., Mendonça, C.L., Medeiros R.M.T., Costa N.A. & Afonso J.A.B. 2011. [Poisoning by Solanum paniculatum (Solanaceae) in cattle.] Intoxicação por Solanum paniculatum (Solanaceae) em bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 31(1):59-64. Clínica de Bovinos, Campus Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Bom Pastor s/n, Cx. Postal 152, Mundaú, Garanhuns, PE 55292-901, Brazil. E-mail: eduardoguarana@hotmail.com
Surtos de uma doença neurológica com sinais cerebelares ocorreram em três fazendas da região Agreste do Estado de Pernambuco. A morbidade foi de 3 a 25%, a mortalidade variou de 0 a 20% e a letalidade foi de 0 a 60%. Uma planta que predominava nos pastos das fazendas foi identificada como Solanum paniculatum. Os sinais clínicos apresentados foram de crises periódicas caracterizadas por incoordenação, extensão da cabeça e pescoço, ataxia, hipermetria, tremores de intenção, nistagmo e quedas. As crises eram induzidas pelo teste de levantar a cabeça ou quando os animais eram assustados ou quando aplicado o teste de levantar a cabeça. Alguns animais apresentaram sinais permanentes com alterações posturais, tremores de intenção, andar cambaleante com os membros em abdução e perda progressiva de peso. De dois bovinos que foram necropsiados, um apresentava diminuição de tamanho do cerebelo com marcada atrofia da substância cinzenta. Histologicamente, um dos bovinos apresentou vacuolização fina do pericário das células de Purkinje do cerebelo com marginalização do núcleo. Em algumas áreas havia perda de neurônios de Purkinje com proliferação de astrócitos de Bergmann. Degeneração do tipo Walleriana, com esferoides axonais e vacúolos, alguns contendo macrófagos, foi observada na camada granular do cerebelo, substância branca cerebelar e medula cerebelar. Neurônios vacuolizados e esferóides axonais foram observados também no núcleo gracilis. Em outro bovino com sinais permanentes, que permaneceu por aproximadamente 10 meses sem ter acesso a S. paniculatum, observou-se ausência quase total de células de Purkinje. Havia severa depleção das camadas granular e molecular que se encontravam marcadamente diminuídas de espessura e com rarefação do neurópilo e menor número de células. Considerando que se desconhece o princípio ativo de S. paniculatum e que a planta é largamente utilizada como planta medicinal é necessário alertar para os riscos de intoxicação em humanos.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Jonck F., Casagrande R.A., Froehlich D.L., Ribeiro Jr D.P. & Gava A. 2010. [Spontaneous poisoning by larvae of Perreyia flavipes (Pergidae) in pigs in the State of Santa Catarina.] Intoxicação espontânea por larvas de Perreyia flavipes (Pergidae) em suínos no Estado de Santa Catarina. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(12):1017-1020. De-partamento de Medicina Veterinária, Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC 88520-000, Brazil. E-mail: a2ag@cav.udesc.br
The study reports an outbreak of spontaneous poisoning by Perreyia flavipes in pigs. The outbreak occurred at the end of May 2009, in the municipality of Urubici, plateau of Santa Catarina, Brazil. The farm had about 50 pigs reared extensively and 10 animals got sick. The clinical signs were anorexia, apathy, constant movement of the head and hitting the ears, difficulty to walk and stagger, gnashing of teeth and agitation that increased with noise and movement nearby. At necropsy, pronounced hepatic lobular pattern and P. flavipes larvae mixed with the stomach content were observed. Microscopically, hepatocellular centrilobular to diffuse coagulation necrosis with severe congestion and hemorrhage was observed, with vacuolar degeneration in one or two layers of hepatocytes in the portal zones. Clinical signs, epidemiology and lesions in the pigs were characteristic of toxic hepatitis by larvae of P. flavipes.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Jonck F., Casagrande R.A., Froehlich D.L., Ribeiro Jr D.P. & Gava A. 2010. [Spontaneous poisoning by larvae of Perreyia flavipes (Pergidae) in pigs in the State of Santa Catarina.] Intoxicação espontânea por larvas de Perreyia flavipes (Pergidae) em suínos no Estado de Santa Catarina. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(12):1017-1020. De-partamento de Medicina Veterinária, Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC 88520-000, Brazil. E-mail: a2ag@cav.udesc.br
Descreve-se um surto de intoxicação espontânea por Perreyia flavipes em suínos. O surto ocorreu no final de maio de 2009, na cidade de Urubici, planalto serrano do Estado de Santa Catarina, Brasil. A propriedade tinha aproximadamente 50 animais criados extensivamente e desses 10 animais adoeceram. Esses suínos apresentavam anorexia, apatia, movimento constante de cabeça e bater de orelhas, dificuldade de caminhar, cambaleio, ranger de dentes e a agitação aumentava mediante ruídos e movimentos próximos. Na necropsia as alterações observadas foram a marcada evidenciação do padrão lobular hepático e a presença de larvas de P. flavipes misturadas ao conteúdo estomacal. Microscopicamente observou-se necrose de coagulação dos hepatócitos, com distribuição centrolobular a massiva que era acompanhada de congestão e hemorragia acentuada, restando uma ou duas camadas de hepatócitos com degeneração vacuolar na região portal. Os aspectos clínicos, epidemiológicos e as lesões caracterizaram hepatite tóxica por larvas de P. flavipes em suínos.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Peixoto T.C., Nogueira V.A., Coelho C.D., Veiga C.C.P., Peixoto P.V. & Brito M.F. 2010. [Clinic-pathological and laboratory aspects of experimental poisoning by sodium monofluoroacetate in sheep.] Avaliações clínico-patológicas e laboratoriais da intoxicação experimental por monofluoroacetato de sódio em ovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(12):1021-1030. Projeto Sanidade Animal Embrapa/UFRRJ, Seropédica, RJ 23890-000, Brazil. E-mail: tiagocpeixoto@yahoo.com.br
The objective of this study was to verify if the ingestion of single doses of sodium monofluoroacetate (MF) and daily fractions of 1/2.5 and 1/5 of the lethal dose causes the same lesion as the one observed in the kidney of cattle poisoned by Brazilian sudden death causing plants (BSDCP). MF was administered orally in single doses of 0.5 and 1.0mg/kg to four sheep, and repeated daily doses of 0.1 and 0.2mg/kg to two others. Death occurred in five of six animals. The course of poisoning lasted from 3min to 33h5min. Clinically the animals presented palpitation, abdominal breathing, slight balance loss with sometimes swaying gait, they laid down and placed the head on their flank. In the “dramatic phase”, all the sheep fell into lateral decubitus, stretched out the legs, made peddling movements, presented opistotonus, and died. The electrocardiographical examination showed heart dilatation and reduction of the systolic shortening fraction. Laboratory hematological exams revealed increased urea and creatinine. MF caused the clinical and pathological symptoms of “sudden death”. At postmortem examination, heart auricles and jugular, cava, azygos and pulmonary veins of all animals were moderately engorged, and in some sheep, pulmonary edema was observed. Histopathology revealed hydropic-vacuolar degeneration (HVD) of the epithelial cells of the distal convoluted kidney tubules associated with nuclear picnosis in all the sheep. Vacuolation and less often necrosis of liver cells was seen in some cases. No references to that peculiar type of lesion could be found in the literature, except the description of kidney lesions in animals associated with the ingestion of BSDCP, and recent studies of MF poisoning in cattle. The present study demonstrated in sheep that single lethal doses or repeated doses of fractions of the lethal dose of MF causes HVD of the distal convoluted kidney tubules, associated with nuclear picnosis.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Peixoto T.C., Nogueira V.A., Coelho C.D., Veiga C.C.P., Peixoto P.V. & Brito M.F. 2010. [Clinic-pathological and laboratory aspects of experimental poisoning by sodium monofluoroacetate in sheep.] Avaliações clínico-patológicas e laboratoriais da intoxicação experimental por monofluoroacetato de sódio em ovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(12):1021-1030. Projeto Sanidade Animal Embrapa/UFRRJ, Seropédica, RJ 23890-000, Brazil. E-mail: tiagocpeixoto@yahoo.com.br
RESUMO.- O objetivo deste trabalho foi verificar se a administração de doses únicas e de frações diárias da dose letal de monofluoroacetato de sódio (MF) a ovinos induzem a clássica degeneração hidrópico-vacuolar (DHV) dos túbulos uriníferos contornados distais observada no rim de bovinos intoxicados por plantas brasileiras que causam “morte súbita” (PBCMS). MF foi administrado, por via oral, em doses únicas de 0,5 e 1,0mg/kg, cada dose para dois ovinos, e em doses subletais repetidas diariamente de 0,1mg/kg/dia, por quatro dias, e 0,2mg/kg/dia por seis dias, cada dose para um ovino. Todos os ovinos que receberam MF morreram, exceto um que recebeu 0,5mg/kg e não mostrou sintomas. A evolução da intoxicação variou de 3min a 33h5min. Clinicamente os animais apresentaram taquicardia, respiração abdominal, tremores musculares, ligeira perda de equilíbrio, por vezes cambaleavam, deitavam e apoiavam a cabeça no flanco. Na fase final, os ovinos caíam em decúbito lateral, esticavam os membros, faziam movimentos de pedalagem, apresentavam opistótono e morriam. O exame ecocardiográfico evidenciou dilatação cardíaca e redução da fração de encurtamento sistólico. A análise dos níveis séricos de uréia e creatinina revelou moderada a acentuada azotemia. MF provocou “morte súbita” em todos os ovinos que mostraram sintomas. À necropsia verificaram-se aurículas e veias jugulares, cavas, ázigos e pulmonares moderadamente ingurgitadas e, em alguns animais, edema pulmonar. O exame histopatológico revelou, em todos os ovinos, leve a acentuada DHV das células epiteliais dos túbulos contornados distais, associada à picnose nuclear. Adicionalmente, verificaram-se discreta vacuolização e, por vezes, necrose de coagulação de hepatócitos. Não encontramos referências a esse tipo peculiar de lesão, exceto das descrições sobre lesões renais associadas à ingestão de PBCMS e de recentes estudos em bovinos intoxicados com MF. Este trabalho demonstra, em ovinos, que tanto doses letais únicas quanto subdoses diárias de MF induzem a DHV dos túbulos uriníferos contornados distais associada à picnose nuclear.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Souza R.I.C., Riet-Correa F., Barbosa-Ferreira M., Brum K.B., Fernandes C.E. & Lemos R.A.A. 2010. [Brachiaria spp. poisoning in cattle in Mato Grosso do Sul, Brazil.] Intoxicação por Brachiaria spp. em bovinos no Mato Grosso do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(12):1036-1042. Departamento de Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Av. Senador Filinto Müller 2443, Cx. Postal 549, Campo Grande, MS 79070-900, Brazil. E-mail: carvalhomv6@hotmail.com
The epidemiology, clinical signs and pathology of 29 outbreaks of
spontaneous poisoning by Brachiaria spp. in beef cattle, which occurred from March 1996 to November 2009, in the state of Mato Grosso do Sul, were retrospectively studied. For this, the files of the Veterinary Pathology Laboratory at the Federal University of Mato Grosso do Sul were reviewed. Outbreaks occurred at different times of the year, including dry and rainy seasons. While photosensitization was the main clinical sign in cattle from 24 out of 29 outbreaks, in five of them the main clinical sign was progressive wasting, without photosensitization. Eleven outbreaks of photosensitization occurred in pastures of Brachiaria decumbens, two in mixed pastures of B. decumbens and B. brizantha, and one in B. brizantha. In 10 outbreaks the species of Brachiaria was not informed. Morbidity ranged from 0.2% to 50%, and fatality rates were between 44.4% and 100%. In cases of photosensitization brisket edema was the most frequent clinical sign observed. Dermatitis with thickened skin of the flank and perineal region, scar retraction of the ears, jaundice, ocular discharge, crusts in the eyes and ears, and ulceration of the ventral surface of the tongue were also observed. Nervous signs were observed in two cases and diarrhea in one. At necropsy the liver was enlarged, yellowish, with increased lobular pattern, and occasionally with depressed whitish areas. The kidneys were brownish and the urine dark. Upon histological examination of the liver the hepatocytes were swollen and vacuolized. Individual necrosis of hepatocytes, bile duct cell proliferation, biliary retention, and mild to moderate periportal fibrosis were also observed. In all cases foamy macrophages, most in groups, were observed mainly in the centrilobular region. In 21 cattle birefringent crystals were observed within the bile ducts. Five outbreaks of progressive wasting were observed in cattle grazing B. decumbens pastures. The main lesion was an enlarged yellowish liver. Histologic lesions were similar to those observed in cases of photosensitization. Birefringent crystals were observed in the liver of three cases, but foamy macrophages were found in all animals. It is concluded that B. decumbens is more toxic than B. brizantha and that the poisoning occurs at any time of the year. Nevertheless, research is still necessary to determine variations in the saponin content of Brachiaria species and the probable differences on susceptibility/resistance to the poisoning of cattle of different ages, breeds and from different regions.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Souza R.I.C., Riet-Correa F., Barbosa-Ferreira M., Brum K.B., Fernandes C.E. & Lemos R.A.A. 2010. [Brachiaria spp. poisoning in cattle in Mato Grosso do Sul, Brazil.] Intoxicação por Brachiaria spp. em bovinos no Mato Grosso do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(12):1036-1042. Departamento de Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Av. Senador Filinto Müller 2443, Cx. Postal 549, Campo Grande, MS 79070-900, Brazil. E-mail: carvalhomv6@hotmail.com
Mediante a revisão dos arquivos das fichas de necropsia do Laboratório de Patologia Animal, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, foram estudados a epidemiologia, o quadro clínico e a patologia de 29 surtos de intoxicação por Brachiaria spp., ocorridos em bovinos de corte, no Mato Grosso do Sul, de março de 1996 a novembro de 2009. Os surtos ocorreram em todas as épocas do ano, tanto na seca quanto na chuva. Em 24 dos 29 surtos o principal sinal clínico foi a fotossensibilização e em cinco o principal sinal foi o emagrecimento progressivo. Dos 24 surtos de fotossensibilização, 11 ocorreram em pastagens de B. decumbens, dois em pastagens mistas de B. decumbens e B. brizantha, um em B. brizantha e em 10 surtos não foi informada a espécie de Brachiaria envolvida. A morbidade variou de 0,2% a 50% e a letalidade de 44,4% a 100%. Nos casos de fotossensibilização o edema de barbela foi o sinal clínico mais encontrado em bovinos, seguido de dermatite com pele espessada no flanco e períneo, retração cicatricial auricular, icterícia, corrimento ocular. crostas auriculares e oculares, e ulcerações na parte ventral da língua. Em dois surtos foram observados sinais nervosos e em um, diarréia. Nas necropsias o fígado estava aumentado de tamanho, amarelado, com padrão lobular aumentado e, ocasionalmente, com áreas esbranquiçadas e deprimidas. Os rins estavam acastanhados e a urina escura. No exame histológico do fígado encontrou-se tumefação e vacuolização de hepatócitos, proliferação de células epiteliais dos ductos biliares, retenção biliar, fibroplasia periportal discreta ou moderada e infiltrado mononuclear periportal. Todos os casos de fotossensibilização apresentaram macrófagos espumosos no parênquima hepático e em 21 foram observados cristais birrefringentes nos ductos biliares. Cinco surtos com emagrecimento progressivo dos bovinos afetados foram diagnosticados em pastagens de B. decumbens. A principal lesão macroscópica foi o fígado aumentado de volume e amarelado. No estudo histológico, as lesões foram semelhantes às observadas nos casos de fotossensibilização, sendo que cristais refringentes nos ductos biliares foram observados em três animais. Conclui-se que B. decumbens é mais tóxica que B. brizantha e que a intoxicação ocorre, principalmente, em bovinos jovens nas diferentes épocas do ano. No entanto, pesquisas são necessárias para determinar as variações no conteúdo de saponinas litogênicas em Brachiaria spp. e as diferenças de resistência/susceptibilidade à intoxicação de bovinos de diferentes idades e raças em diferentes regiões.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Barbosa J.D., Oliveira C.M.C., Pinheiro C., Lopes C.T.A., Marquiore D., Brito M.F., Yamasaki E.M. & Tokarnia C.H. 2010. [Poisoning by Cestrum laevigatum (Solanaceae) in buffaloes.] Intoxicação por Cestrum laevigatum (Solanaceae) em bubalinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(12):1049-1052. Central de Diagnóstico Veterinário, Universidade Federal do Pará, Rua Maximino Porpino da Silva 1000, Pirapora, Castanhal, PA 68743-080, Brazil. E-mail: diomedes@ufpa.br
Based on the history and clinical and pathological data, as well as on inspection of the pastures, a mortality of buffaloes in the county of Itaguaí/RJ, Brazil, was diagnosed as poisoning by Cestrum laevigatum Schlecht., a plant of the Solanaceae family. The poisoning was reproduced in two buffaloes. Dried leaves of the shrub were administered by hand, in single doses corresponding to 20g/kg and 40g/kg of the fresh leaves, to four buffaloes of the Murrah breed. The dose corresponding to 40g/kg of the fresh leaves caused signs of poisoning, as apathy, anorexia, absence of rumen movements, dysmetria, excitement and aggressiveness, followed by death of the two buffaloes within 65 hours after administration. From the two buffaloes that received the corresponding dose of 20g/kg of the fresh plant, one presented clinical signs characterized mainly by decrease of the rumen movements, but recovered 97h22min after the administration; the other buffalo did not show symptoms of poisoning. Laboratory analyses for biochemical evaluation accused hepatic alterations. In one buffalo that died, the main macroscopic finding was an orange liver with a clear nutmeg appearance; in the second buffalo, the orange liver had no nutmeg appearance. Other alterations found in these two buffaloes were slight edema of the gall bladder wall, a slightly reddish mucous membrane of the abomasum, extensive echymoses in the endocard of the left ventricle and few petechiae in the endocard of the right ventricle; the abomasum content was slightly dry, and the large intestine had little and slightly dry contents wrapped by mucus. Histopatological examination revealed severe coagulative necrosis of the liver parenchyma in the centrolobular and intermediate lobular areas, with a halo of vacuolated hepatocytes at the periphery of the necrotic areas.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Barbosa J.D., Oliveira C.M.C., Pinheiro C., Lopes C.T.A., Marquiore D., Brito M.F., Yamasaki E.M. & Tokarnia C.H. 2010. [Poisoning by Cestrum laevigatum (Solanaceae) in buffaloes.] Intoxicação por Cestrum laevigatum (Solanaceae) em bubalinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(12):1049-1052. Central de Diagnóstico Veterinário, Universidade Federal do Pará, Rua Maximino Porpino da Silva 1000, Pirapora, Castanhal, PA 68743-080, Brazil. E-mail: diomedes@ufpa.br
Com base no histórico e em dados clínico-patológicos, bem como a inspeção das pastagens, foi estabelecido o diagnóstico de intoxicação por Cestrum laevigatum Schlecht. em uma mortandade de búfalos no município de Itaguaí, RJ. A intoxicação foi reproduzida em dois búfalos. Amostras de folhas dessecadas de C. laevigatum foram administradas manualmente por via oral a quatro bubalinos da raça Murrah, em doses únicas correspondentes a 20g/kg e 40g/kg da planta fresca. A dose correspondente a 40g/kg provocou o aparecimento dos sinais clínicos que consistiram principalmente em apatia, anorexia, ausência dos movimentos ruminais, dismetria, excitação e agressividade, e levaram à morte os dois animais em até 65 horas após a administração da planta. Dos outros dois bufalos que receberam a dose correspondente a de 20g/kg da planta fresca, um apresentou sinais clínicos, caracterizados principalmente por diminuição dos movimentos ruminais, e recuperou-se em 97h22min após a administração da planta; o outro não apresentou sinais clínicos. Os exames laboratoriais para avaliação bioquímica indicaram lesão hepática. Em um búfalo que morreu, as principais alterações macroscópicas foram fígado de cor alaranjada, com superfície externa e de corte com nítido aspecto de noz moscada; no outro, o fígado tinha a superfície externa e de corte de cor alaranjada, sem aspecto de noz moscada. Outras alterações encontradas nos dois búfalos foram leve edema da parede da vesícula biliar, endocárdio do ventrículo esquerdo com equimoses extensas e endocárdio do ventrículo direito com algumas petéquias; mucosa do abomaso levemente avermelhada e conteúdo levemente ressecado; intestino grosso com pouco conteúdo, levemente ressecado e envolto por muco. Os exames histopatológicos revelaram no fígado, acentuada necrose de coagulação dos hepatócitos nas zonas centrais e intermediárias dos lóbulos. Na periferia dessas regiões necrosadas observou-se um halo de hepatócitos com vacuolização.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Salvador I.S., Medeiros R.M.T., Pessoa C.R.M., Dantas A.F.M., Riet-Correa F. & Sucupira G.J. 2010. [Poisoning by Indigofera suffruticosa (Leg. Papilionoideae) in cattle.] Intoxicação por Indigofera suffruticosa (Leg. Papilionoideae) em bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(11):953-957. Hospital Veterinário, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, 58700-970 Patos, PB, Brazil. E-mail: rmtmed@uol.com.br
Poisoning by Indigofera suffruticosa was diagnosed on a farm in the state of Paraíba, in the Brazilian semiarid region, in a herd of 25 cows and one bull. The herd was grazing for ten days in a paddock severely invaded by I. suffruticosa. Five days after the introduction into the paddock some cows showed red urine, and in ten days, when the herd was removed from the pastures, six cows had decreased milk production and hemoglobinuria. Five days after being withdrawn from the pastures, one cow showed aggressiveness and two days later was found death. At necropsy, the liver was yellowish with petechial hemorrhages on the surface and had increased lobular pattern. The kidneys were dark and with red spots up to 2mm in diameter in the surface, which extended radially into the renal cortex. The urinary bladder was full of dark red urine. Upon histologic examination the kidneys had multifocal areas of ischemic tubular necrosis with hemoglobin deposition in the epithelial cells and hemoglobin casts in the tubules. The liver had diffuse paracentral and occasionally centrolobular coagulative necrosis. The other affected cows recovered spontaneously within 3-8 days after having been moved from the paddock. It is concluded that poisoning by I. suffruticosa, despite the spontaneous recovering of most cattle, can cause the death of some affected animals by acute hemolytic anemia.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Salvador I.S., Medeiros R.M.T., Pessoa C.R.M., Dantas A.F.M., Riet-Correa F. & Sucupira G.J. 2010. [Poisoning by Indigofera suffruticosa (Leg. Papilionoideae) in cattle.] Intoxicação por Indigofera suffruticosa (Leg. Papilionoideae) em bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(11):953-957. Hospital Veterinário, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, 58700-970 Patos, PB, Brazil. E-mail: rmtmed@uol.com.br
Em uma propriedade do Município de Aparecida, no sertão da Paraíba, foi diagnosticada intoxicação por Indigofera suffruticosa em um rebanho de 25 vacas e um boi que foram colocados em um piquete que continha predominantemente I. suffruticosa onde permaneceram durante 10 dias. No quinto dia de pastejo o proprietário observou urina com coloração vermelho escura em uma vaca e ao final de dez dias de pastejo havia seis vacas doentes apresentando hemoglobinúria e diminuição na produção leiteira. No quinto dia após serem retiradas do pasto uma vaca apresentou agressividade e no sétimo dia foi encontrada morta pela manhã. Na necropsia o fígado apresentava coloração amarelada com pontos avermelhados e aumento do padrão lobular. A bexiga encontrava-se repleta com urina de cor vermelho escura. Os rins estavam escuros e com áreas hemorrágicas, de até 2mm, que se estendiam radialmente para dentro do córtex e parte da medula. Na histologia, os rins apresentavam áreas multifocais de necrose tubular isquêmica aguda com deposição de hemoglobina nas células epiteliais e cilindros de hemoglobina nos túbulos. No fígado havia necrose de coagulação difusa paracentral e ocasionalmente centrolobular. Os demais bovinos afetados se recuperaram espontaneamente 3-8 dias após serem retirados da pastagem. Conclui-se que a intoxicação por I. suffruticosa apesar de apresentar recuperação espontânea na maioria dos bovinos, mesmo se estes continuam ingerindo a planta, pode causar a morte de alguns animais por anemia aguda.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Oliveira-Filho J.C., Carmo P.M.S., Pierezan F., Tochetto C., Lucena R.B., Rissi D.R. & Barros C.S.L. 2010. [Poisoning by organophosphate in cattle in southern Brazil.] Intoxicação por organofosforado em bovinos no Rio Grande do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(10):803-806. Departamento de Patologia, Universidade Federal de Santa Maria, Camobi, Santa Maria, RS 97105-900, Brazil. E-mail: claudioslbarros@uol.com.br
An outbreak of organophosphate (ORF) poisoning in cattle occurred in the central-midwestern region of Rio Grande do Sul, Brazil. The water available for 49 cattle was contaminated with ORF and carbamate (CM). Twenty cows died after a clinical course that lasted for few hours. The classical clinical signs of over stimulation of the parasympathetic nervous system were observed, including motor incoordination, aggressiveness, drooling, muscle tremors and, on occasion, diarrhea. Significant morphological changes were not observed at necropsy or at histopathological examination. ORF e CM were detected by thin layer chromatography in tissue samples of two affected cattle and in a sample from the water consumed by the affected cattle. Additionally, two other water samples accessed by the affected cattle were positive for ORF. A quantitative analysis carried out by gas chromatography in the abomasum contents of an affected cow revealed 0.93µg/g of mancozebe (CM) and 0.07µg/g of phorate (ORF).
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Oliveira-Filho J.C., Carmo P.M.S., Pierezan F., Tochetto C., Lucena R.B., Rissi D.R. & Barros C.S.L. 2010. [Poisoning by organophosphate in cattle in southern Brazil.] Intoxicação por organofosforado em bovinos no Rio Grande do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(10):803-806. Departamento de Patologia, Universidade Federal de Santa Maria, Camobi, Santa Maria, RS 97105-900, Brazil. E-mail: claudioslbarros@uol.com.br
Descreve-se um surto de intoxicação por organofosforado (ORF) em bovinos na mesorregião centro ocidental do Rio Grande do Sul. A água fornecida a 49 bovinos foi contaminada com ORF e carbamato (CM). Vinte bovinos morreram após quadro clínico de poucas horas. Foram observados os clássicos sinais clínicos de hiperestimulação do sistema parassimpático incluindo incoordenação motora, agressividade, sialorreia, tremores musculares e, em alguns casos, diarreia. Na necropsia e histopatologia não foram observadas alterações morfológicas significativas. ORF e CM foram detectados por cromatografia em camada delgada em amostras de tecido de dois bovinos afetados. Adicionalmente, uma amostra da água consumida pelos bovinos foi positiva para ORF e CM e outras duas foram positivas para ORF. Uma análise quantitativa realizada por cromatografia gasosa no conteúdo do abomaso de um bovino afetado, revelou 0,93µg/g de mancozebe (CM) e 0,07 µg/g de forato (ORF).
Abstract in English:
ABSTRACT.- Dantas A.F.M., Riet-Correa F., Medeiros R.M.T., Galiza G.J.N., Pimentel L.A., Anjos B.L. & Mota R.A. 2010. [Congenital malformations in ruminants in the semiarid of the Brazilian Northeast.] Malformações congênitas em ruminantes no semiárido do Nordeste Brasileiro. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(10):807-815. Hospital Veterinário, Laboratório de Patologia Animal, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, Avenida Universitária s/n, Bairro Santa Cecília, Patos, PB 58708-110, Brazil. E-mail: dantas.af@uol.com.br
Congenital malformations caused by the ingestion of Mimosa tenuiflora have been reported in ruminants in the semiarid of the Brazilian Northeast. This paper reports malformations diagnosed in ruminants, from 2000 to 2008, by the Veterinary Pathology Laboratory of the Federal University of Campina Grande, Patos, PB, in municipalities of the states of Paraíba, Pernambuco and Rio Grande do Norte. During the period, 47 (3.48%) out of 1.347 ascensions were reported as malformations. Based in the type of malformation and in the origin of the animals, malformations were divided in: 1) caused by the ingestion of M. tenuiflora, and 2) sporadic malformations of unknown causes. In sheep, 21 out of 418 ascensions were malformations, being 18 (4.3%) of malformations caused by M. tenuiflora and 3 (0.71%) of sporadic malformations. In cattle, 14 out of 434 ascensions were malformations, from these 8 (1.84%) were caused by M. tenuiflora and 6 (1.38%) were sporadic malformations. In goats, 12 out of 495 ascensions were malformations, being 9 (1.81%) malformations related with the ingestion of M. tenuiflora and 3 (0.6%) sporadic malformations. More frequent malformations caused by M. tenuiflora were arthrogryposis, micrognatia, palatoschisis, microphtalmia and unilateral or bilateral hypoplasia or aplasia of the incisive bones. Sporadic malformations were acephaly and hermaphrodite, dicephaly and malformations of mesenteric vessel in sheep; atresia ani in three goats; and hydranencephaly, atresia ani, ribs malformation with eventracion, cerebellar hypoplasia with hydrocephalus, pulmonary choristoma and meningocele, and siamese twins in cattle. A case of cerebellar hypoplasia with hydrocephalus was negative on immunohistochemistry to bovine viral diarrhea virus. Malformations caused by M. tenuiflora occurred during the whole year. The highest frequency in sheep seems to be associated with the consumption of the plant by ewes after first rains, in the first two months of gestation, when they are supplemented with concentrates, and M. tenuiflora is the main green forage available. Malformations occur mainly in degraded areas of native forest (caatinga) invaded by M. tenuiflora, with lesser variety of other species.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Dantas A.F.M., Riet-Correa F., Medeiros R.M.T., Galiza G.J.N., Pimentel L.A., Anjos B.L. & Mota R.A. 2010. [Congenital malformations in ruminants in the semiarid of the Brazilian Northeast.] Malformações congênitas em ruminantes no semiárido do Nordeste Brasileiro. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(10):807-815. Hospital Veterinário, Laboratório de Patologia Animal, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, Avenida Universitária s/n, Bairro Santa Cecília, Patos, PB 58708-110, Brazil. E-mail: dantas.af@uol.com.br
Malformações congênitas causadas pela ingestão de Mimosa tenuiflora têm sido observadas em ruminantes no semiárido do Nordeste Brasileiro. Neste trabalho foram estudadas as malformações congênitas em ruminantes diagnosticadas entre 2000 e 2008, em municípios da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Durante o período foram recebidos 1.347 materiais de ruminantes para diagnóstico, desses 47 (3,48%) foram dignosticados como malformações congênitas. Com base no tipo de malformação e na procedência do animal as malformações foram divididas em:
1) causadas pelo consumo de M. tenuiflora; e 2) malformações esporádicas, sem causa conhecida. De 418 materiais de ovinos, 21 corresponderam a malformações, sendo 18 (4,3% do total de materiais) de malformações causadas por M. tenuiflora e 3 (0,71%) de malformações esporádicas. De 434 materiais de bovinos, 14 foram diagnosticados como malformações, sendo 8 (1,84%) causadas por M. tenuiflora e 6 (1,38%) malformações esporádicas. De 495 materiais de caprinos, 12 apresentaram malformações, sendo 9 (1,81%) causadas pela ingestão de M. tenuiflora e 3 (0,6%) malformações esporádicas. As principais malformações causadas por M. tenuiflora foram artrogripose, micrognatia, palatosquise, microftalmia e hipoplasia ou aplasia unilateral ou bilateral dos ossos incisivos. As malformações esporádicas incluiram: acefalia e hermafroditismo, dicefalia e malformações de vasos intestinais em ovinos; atresia anal em três caprinos; e hidranencefalia, atresia anal, malformações de costelas com eventração, hipoplasia cerebelar e hidrocefalia, coristoma pulmonar e meningocele, e gêmeos siameses em bovinos. O caso de hipoplasia cerebelar com hidrocefalia foi negativo pela imuno-histoquímica para o vírus da diarreia viral bovina. Malformações congênitas causadas por M. tenuiflora ocorreram durante todo o ano. A maior frequência em ovinos está aparentemente associada ao consumo da planta, na primeira fase da gestação, após as primeiras chuvas, quando as ovelhas estão sendo suplementadas e a planta é o principal volumoso disponível. As malformações ocorrem principalmente nas áreas mais degradadas, onde existe maior disponibilidade da planta e menor variedade de plantas da caatinga.