Abstract in English:
ABSTRACT.- Sant’Ana F.J.F., Leal A.A., Rabelo R.E., Vulcani V.A.S., Ferreira Junior J.A., Cargnelutti J.F. & Flores E.F. 2013. Outbreaks of vesicular disease caused by Vaccinia virus in dairy cattle from Goiás State, Brazil (2010-2012). Pesquisa Veterinária Brasileira 33(7):860-866. Laboratório de Patologia Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, DF 70910-900, Brazil. E-mail: santanafjf@yahoo.com
Cases of vesicular and exanthematic disease by Vaccinia virus (VACV) have been reported in dairy herds of several Brazilian regions, occasionally also affecting humans. The present article describes eight outbreaks of vesicular disease caused by VACV in dairy herds of six counties of Goiás state, Midwestern Brazil (2010-2012), involving a total of 122 cows, 12 calves and 11 people. Dairy cows (3 to 9 years old) were affected in all cases and calves (2 to 9 months old) were affected in five outbreaks, presenting oral lesions. The morbidity ranged between 8 and 100% in cows, and 1.5 to 31% in calves. In the cows, the clinical signs started with vesicles (2-7mm), painful and coalescent papules (3-8 mm), which resulted in ulcers (5-25mm) and scabs in teats, and, occasionally, in the muzzle. The clinical course lasted from 16 to 26 days. The histopathology of bovine skin samples revealed superficial perivascular inflammatory infiltrate of lymphocytes, plasma cells, neutrophils, macrophages and multifocal areas of acanthosis, spongiosis, hipergranulosis and parakeratotic or orthokeratotic hyperkeratosis with adjacent focally extensive ulcers. Eosinophilic inclusion bodies were noted in the cytoplasm of the keratinocytes. PCR to vgf gene of Orthopoxvirus was positive in samples collected from all outbreaks, and in some cases, genomic VACV sequences were identified by nucleotide sequencing of the PCR amplicons. Infectious virus was isolated in cell culture from scabs from one outbreak. Antibodies to Orthopoxvirus were detected in at least 3 or 4 animals in most outbreaks, by ELISA (outbreaks 1, 2, 3, 4, 5 and 7) or virus-neutralization (outbreak 6). Neutralizing titers ranging from 8 to 64 in outbreak 6. In all outbreaks, VACV infection was suspected based on the clinical and pathological findings and it was confirmed by laboratory tests. Upon the etiological confirmation, other agents associated with vesicular disease were discarded. In all outbreaks, at least one milker who handled the affected cows developed malaise, headache, fever, painful vesico-pustular lesions mainly in the hands, but also in the neck and nose. These results confirm the circulation of VACV in the region and call attention for a correct diagnosis and the adoption of prophylactic and control measures.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Sant’Ana F.J.F., Leal A.A., Rabelo R.E., Vulcani V.A.S., Ferreira Junior J.A., Cargnelutti J.F. & Flores E.F. 2013. Outbreaks of vesicular disease caused by Vaccinia virus in dairy cattle from Goiás State, Brazil (2010-2012). [Surtos de doença vesicular causados pelo Vaccinia virus em bovinos de leite no Estado de Goiás, Brasil (2010-2012).] Pesquisa Veterinária Brasileira 33(7):860-866. Laboratório de Patologia Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, DF 70910-900, Brazil. E-mail: santanafjf@yahoo.com
Casos de doença vesicular e exantemática associados ao Vaccinia virus (VACV) têm sido descritos em rebanhos leiteiros em diversas regiões do Brasil, ocasionalmente afetando também os ordenhadores. Este artigo descreve oito surtos de doença vesicular associados ao VACV ocorridos em rebanhos leiteiros de seis municípios do estado de Goiás (2010-2012), com o envolvimento de 122 vacas em lactação, de 12 bezerros e de 11 pessoas. Vacas em lactação (3-9 anos de idade) foram afetadas em todos os casos. Em cinco rebanhos, bezerros de 2-9 meses apresentaram lesões orais. A morbidade nos rebanhos variou entre oito e 100% (vacas) e entre 1,5 e 31% (bezerros). As lesões iniciavam como vesículas (2-7mm) ou pápulas doloridas e coalescentes (3-8mm), que progrediam para úlceras (5-25mm) e crostas, localizadas principalmente nas tetas e, eventualmente, no focinho das vacas. O curso clínico variou entre 16 e 26 dias. Histopatologia de amostras de pele coletadas de bovinos revelou dermatite perivascular superficial com infiltrado de linfócitos, neutrófilos, plasmócitos e macrófagos, além de áreas multifocais de acantose, espongiose, hipergranulose e hiperceratose ortoceratótica ou paraceratótica com úlceras focalmente extensas. No citoplasma dos ceratinócitos adjacentes às úlceras, observaram-se numerosos corpúsculos de inclusão eosinofílicos. Em todos os surtos, amostras de lesões cutâneas dos bovinos foram positivas para o gene vgf dos Orthopoxvirus por PCR, e em alguns casos, a identificação do VACV foi confirmada por sequenciamento de nucleotídeos dos amplicons. O vírus foi detectado por isolamento em cultivo celular em um dos surtos e, pelo menos 2 a 3 vacas por rebanho, apresentaram sorologia positiva para Orthopoxvirus pelos testes de ELISA (surtos 1, 2, 3, 4, 5 e 7) e soroneutralização (surto 6). No surto 6, os títulos de anticorpos neutralizantes variaram de 8 a 64. O diagnóstico da infecção pelo VACV, inicialmente suspeito com base nos achados clínicos e patológicos, foi confirmado em todos os surtos por exames laboratoriais. Em todos os surtos, pelo menos um ordenhador que teve contato com os bovinos afetados apresentou mal-estar geral, febre alta, dor de cabeça e lesões vesiculo-pustulosas doloridas, principalmente nas mãos, mas também no pescoço e nariz. Esses resultados confirmam a circulação do VACV no rebanho bovino da região centro-oeste, alertando para necessidade de diagnóstico correto e adoção de medidas profiláticas e de controle.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Pimentel L.A., Maia L.A., Carvalho F.K.L., Campos E.M., Pfister J.A., Cook D., Medeiros R.M.T. & Riet-Correa F. 2013. [Conditioned food aversion for the control of poisoning by Ipomoea carnea subsp. fistulosa.] Aversão alimentar condicionada para o controle da intoxicação por Ipomoea carnea subsp. fistulosa em caprinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(6):719-723. Hospital Veterinário, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB 58708-110, Brazil. E-mail: lucianoanp@yahoo.com.br
Conditioned food aversion is a technique that can be used to train livestock to avoid ingestion of poisonous plants. This study tested the efficacy and durability of conditioned food aversion to eliminate goat’s consumption of Ipomoea carnea subsp. fistulosa. We used 14 young Moxotó goats, which were initially adapted to the consumption of the plant by offering dried I. carnea subsp. fistulosa with their concentrate diet for 30 days, and then subsequently providing green plant for another 10 days. To confirm the spontaneous consumption of the plant, the goats were allow to graze in a paddock of 510m2 where I. carnea subsp. fistulosa had been planted in an area of 30m2 (10 plants/m2). On day 42, 12 goats were offered fresh green plant individually in a pen for a few minutes, and after the consumption of any amount of the plant they were treated orally with a solution of LiCl at a dose 175mg per kg of body weight. This procedure was repeated for two more consecutive days. Thereafter, the goats were divided into two groups: Group 1 with four averted and two non-averted goats; and Group 2 with eight averted goats. To verify the efficacy and duration of aversion, both groups were introduced into the paddock with I. carnea subsp. fistulosa three days a week for two hours daily. In Group 1, with two non-averted and four averted goats, all animals started to ingest the plant after 1-6 weeks of grazing. They continually increased their consumption of the plant, but never consumed the plant exclusively. None of the goats of Group 2 goats started eating the plant during the 12 months of observation. After this period the area of the paddock planted with I. carnea subsp. fistulosa was expanded to 80 m2 and grazing time was increased to four hours per day for five days a week. At this stage all the goats in Group 1 ingested the plant in large quantities. The goats from Group 2 gradually started to eat the plant and aversion was extinguished in all animals after two months. Swainsonine concentration of I. carnea subsp. fistulosa was 0.052±0.05% (mean ±SD). It was concluded that conditioned food aversion was effective in reducing goat consumption of I. carnea subsp. fistulosa, but the duration of aversion depends on the time of grazing and amount of plant available. However, the aversion was quickly extinguished by social facilitation when averted animals grazed with non-averted animals.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Pimentel L.A., Maia L.A., Carvalho F.K.L., Campos E.M., Pfister J.A., Cook D., Medeiros R.M.T. & Riet-Correa F. 2013. [Conditioned food aversion for the control of poisoning by Ipomoea carnea subsp. fistulosa.] Aversão alimentar condicionada para o controle da intoxicação por Ipomoea carnea subsp. fistulosa em caprinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(6):719-723. Hospital Veterinário, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB 58708-110, Brazil. E-mail: lucianoanp@yahoo.com.br
A aversão alimentar condicionada é uma técnica que pode ser utilizada em animais para evitar a ingestão de plantas tóxicas. O presente estudo teve como objetivo testar a eficiência e durabilidade da aversão alimentar condicionada em caprinos para evitar o consumo de Ipomoea carnea subsp. fistulosa. Foram utilizados 14 caprinos jovens da raça Moxotó, que foram adaptados ao consumo da planta. Inicialmente foi administrada I. carnea subsp. fistulosa dessecada e triturada misturada à ração concentrada por 30 dias e, posteriormente, foi fornecida a planta verde por mais 10 dias. Para constatação da adaptação ao consumo da planta os caprinos foram colocados a pastar em um piquete de 510 m2 onde tinha sido plantada I. carnea subsp. fistulosa em uma área de 30m2 (10 plantas/m2). No 42º dia de experimento, após a constatação do consumo espontâneo os animais receberam a planta verde individualmente na baia por alguns minutos, e todos os animais que consumiam qualquer quantidade da planta foram tratados com uma solução de LiCl na dose 175mg por kg de peso vivo. Este procedimento repetiu-se por mais dois dias. Posteriormente, os caprinos foram divididos em dois grupos: Grupo 1 com seis animais, quatro deles avertidos e dois não avertidos (facilitadores); e o Grupo 2, com oito caprinos, todos avertidos. Para constatar a eficiência e duração da aversão e a influência de animais facilitadores na durabilidade da aversão, os caprinos foram colocados a pastar, em dias alternados, três dias por semana, durante duas horas, no piquete plantado com I. carnea subsp. fistulosa. Por 12 meses os animais foram monitorados durante o pastejo, identificando-se o consumo e a preferência dos animais pelas plantas presentes no piquete. No Grupo 1 tanto os caprinos avertidos quanto os não avertidos iniciaram a ingerir a planta em 1-6 semanas e gradualmente foram aumentando a planta consumida, mas nunca a ingeriram exclusivamente. Nenhum caprino do Grupo 2 iniciou a ingestão da planta durante os 12 meses de experimento. Após esse período a área do piquete destinada ao plantio de I. carnea subsp. fistulosa foi ampliada para 80m2 e os animais foram novamente introduzidos, com tempo de pastejo na área aumentado para quatro horas durante cinco dias na semana. Nesta fase todos os caprinos do Grupo 1 ingeriram a planta em grande quantidade. Os caprinos do Grupo 2 iniciaram gradualmente a ingerir a planta e a aversão se extinguiu, em todos os animais, após dois meses. A concentração de swainsonina em I. carnea subsp. fistulosa foi de 0,052±0,05% (média±SD). Conclui-se que a aversão alimentar condicionada é eficiente para evitar a ingestão de I. carnea subsp. fistulosa. No entanto, a duração da mesma depende, entre outras coisas, da quantidade de planta presente na área de pastoreio e do tempo de exposição e se extingue rapidamente por facilitação social.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Lemos V.L., Guaraná E.L.S., Afonso J.A.B., Fagliari J.J., Silva P.C., Soares P.C. & Mendonça C.L. 2013. [Proteinogram the whey protein of Santa Ines sheep breed in different stages of lactation.] Proteinograma do soro lácteo de ovelhas da raça Santa Inês em diferentes fases de lactação. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(6):807-812. Clínica de Bovinos, Campus Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Bom Pastor s/n, Cx. Postal 152, Mundaú, Garanhuns, PE 55292-901, Brazil. E-mail: vanialemos91@gmail.com
This study aimed to evaluate the influence of lactation phases on the proteinogram of whey protein in Santa Inês ewes. Ewes were accompanied in a semi-intensive system using the same sanitary and nutritional management evaluated at 15, 30, 60 and 90 days postpartum (end of weaning and lactation). Clinical examination of the mammary gland was carried out through and bacteriological culture. The screening of the material resulted in 44 milk samples of healthy glands concurrent negative by CMT and bacteriological culture exam. For obtaining the whey protein renin solution was used. The whey was fractionated into aliquots and kept in the -80C freezer to later separation of protein fractions. For determination of total protein of whey protein was employed the biuret, observing the linearity of the test. Separation of protein fractions was performed, using polyacrylamide gel containing sodium dodecyl sulfate (SDS-PAGE). Eigth protein were observed including lactoferrin, serum albumin, IgA, IgG (heavy chain IgG (IgG CP), light chain IgG (IgG CL), β-lactoglobulin, α-lactalbumin and proteins identified as PM 15000 and PM 29000. No significant difference was observed at different stages of lactation in the following protein: IgA (P>0.3895), lactoferrin (P>0.1611), PM 29000 (P>0.4879), α-lactalbumin (P>0.0799) and PM15000 (P>0.4494). In total protein (P<0.0022), albumin protein (P<0.0377) and IgG (P<0.0354) it was observed a significant variation in the first moments of observations, in the β-lactoglobulin protein (P<0.0005) there was significant variation with reduction of 15 to 30 days postpartum with progressive elevation until the last stage of lactation (90 days postpartum). The SDS-PAGE technique allowed the quantification of eigth whey proteins in health ewes. The protein fractions identified reflect the profile of whey to ovine species, with influence of stages of lactation in albumin, IgG and β-lactoglobulin.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Lemos V.L., Guaraná E.L.S., Afonso J.A.B., Fagliari J.J., Silva P.C., Soares P.C. & Mendonça C.L. 2013. [Proteinogram the whey protein of Santa Ines sheep breed in different stages of lactation.] Proteinograma do soro lácteo de ovelhas da raça Santa Inês em diferentes fases de lactação. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(6):807-812. Clínica de Bovinos, Campus Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Bom Pastor s/n, Cx. Postal 152, Mundaú, Garanhuns, PE 55292-901, Brazil. E-mail: vanialemos91@gmail.com
No presente estudo objetivou-se avaliar a influência das fases de lactação sobre o proteinograma do soro lácteo de ovelhas da raça Santa Inês. Foram acompanhadas ovelhas em sistema de criação semi-intensivo com o mesmo manejo higiênico, sanitário e nutricional avaliadas aos 15, 30, 60 e 90 dias após o parto (final da lactação e desmame). Procedeu-se ao exame clínico da glândula mámaria e triagem e cultivo bacteriológico. A triagem do material resultou em 44 amostras de leite de glândulas sadias baseadas no exame negativo simultâneo do CMT e do bacteriológico. Para a obtenção do soro lácteo utilizou-se solução de renina. O soro lácteo foi fracionado em alíquotas e mantido em freezer a -80°C para posterior separação das frações protéicas. Para determinação da proteína total do soro lácteo empregou-se o biureto. A separação das frações protéicas foi realizada utilizando-se eletroforese em gel de poliacrilamida contendo dodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE). Foram observadas oito proteínas entre elas lactoferrina, albumina sérica, IgA, IgG ( IgG de cadeia pesada - IgG CP e IgG de cadeia leve - IgG CL), β-lactoglobulina, α-lactoalbumina e as proteínas identificadas como PM 15.000 Da e PM 29.000 Da. Não foi observada diferença significativa nas diferentes fases de lactação nas seguintes proteínas: IgA (P>0,3895), lactoferrina (P>0,1611), PM 29000 (P>0,4879), α- lactoalbumina (P>0,0799) e PM 15000 (P>0,4494). Na proteína total (P<0,0022) e nas proteínas albumina (P<0,0377), IgG (P<0,0354) verificou-se variação significativa nos primeiros momentos de observação, na proteína β-lactoglobulina (P<0,0005) verificou-se variação significativa com diminuição dos 15 até 30 dias pós parto com elevação progressiva até a última fase de lactação (90 dias pós parto). A técnica de SDS-PAGE permitiu a quantificação de oito proteínas no soro lácteo de ovelhas sadias. As proteínas identificadas refletem o perfil do soro lácteo para a espécie ovina, havendo influência das fases da lactação na concentração albumina, IgG e β-lactoglobulina.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Riet-Correa B., Simões S.V.D., Pereira Filho J.M., Azevedo S.S.A., Melo D.B., Batista J.A., Miranda Neto E.G. & Riet-Correa F. 2013. [Productive systems of dairy goats in the semiarid of Paraiba: characterization, major limiting factors and evaluation of intervention strategies.] Sistemas produtivos de caprinocultura leiteira no semiárido paraibano: caracterização, principais limitantes e avaliação de estratégias de intervenção. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(3):345-352. Hospital Veterinário, Universidade Federal de Campina Grande, Av. Universitária s/n, Patos, PB 58700-970, Brazil. E-mail: saravilar@bol.com.br
Through a multidisciplinary study, eight dairy goat farms from the semiarid of Paraíba were studied for a period of two years with the aim to identify the main limiting factors for milk production and to propose and evaluate intervention strategies. A questionnaire was used to obtain information about the farms and their herd management. The forage availabilities were evaluated and proposals were made for correction. The animals were identified to facilitate the zootechnical bookkeeping and the milk production control. The major diseases were diagnosed. Analysis of variance, multiple linear regression and t test were used for data analysis. The average animal numbers in the herds were 53 at the start of the first year, 62 in the end of the year, and 49 in the second year. None herd had a defined breed. In the first year, seven farms had forage deficiency during the dry season, but only two during the rainy season. In the second year, after technical advertisement, six farms still had forage deficiency during the dry season and only two during the rainy season; however in six farms the yearly forage production was adequate and storing fodder during the rainy season would prevent the deficit during drought. The average milk production per goat was 1.19 liters. The most inadequate goat facilities were those used to keep the goat kids. Zootechnical bookkeeping was originally not practiced in any farm at the start of the study, but it was gradually and partially established. The main diseases recorded were caseous lymphadenitis, subclinical mastitis, keratoconjunctivitis and contagious ecthyma. The prevalence of subclinical mastitis, caseous lymphadenitis and gastrointestinal parasitoses were reduced after technical assistance. Reproductive problems were reported in 75% of the farms. Four herds had goat kid mortality rates higher than those acceptable. After analyzing the data, it can be concluded that a continuous and multidisciplinary technical assistance may minimize the factors limiting dairy goat production. The study showed that farmers accept the new technologies if they are appropriate to the systems and are gradually implemented.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Riet-Correa B., Simões S.V.D., Pereira Filho J.M., Azevedo S.S.A., Melo D.B., Batista J.A., Miranda Neto E.G. & Riet-Correa F. 2013. [Productive systems of dairy goats in the semiarid of Paraiba: characterization, major limiting factors and evaluation of intervention strategies.] Sistemas produtivos de caprinocultura leiteira no semiárido paraibano: caracterização, principais limitantes e avaliação de estratégias de intervenção. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(3):345-352. Hospital Veterinário, Universidade Federal de Campina Grande, Av. Universitária s/n, Patos, PB 58700-970, Brazil. E-mail: saravilar@bol.com.br
Oito propriedades de leite caprino do semiárido paraibano foram acompanhadas, multidisciplinarmente, durante dois anos, com os objetivos de identificar os principais fatores limitantes da produção, assim como propor e avaliar estratégias de intervenção. Utilizou-se um questionário para obtenção de informações sobre as propriedades e práticas de manejo. Avaliou-se o balanço forrageiro de cada propriedade e foram feitas propostas para correção. Os animais foram identificados para que se viabilizasse a escrituração zootécnica e o controle da produção individual de leite. O diagnóstico das principais enfermidades foi estabelecido. Para análise dos dados, utilizou-se análise de variância, regressão linear múltipla e o teste t. O número médio de animais nos rebanhos era 53 cabeças (início do estudo), 62 (final do primeiro ano) e 49 (último ano). Nenhum rebanho tinha padrão racial definido. Na análise do balanço anual de forragem do primeiro ano, sete propriedades tiveram déficit forrageiro na seca, enquanto apenas duas apresentaram déficit durante o período chuvoso. No segundo ano, após as intervenções, seis das oito propriedades apresentaram déficit durante a seca e duas durante a chuva. Entretanto, em seis propriedades, se fossem armazenadas forragens no período da chuva, a quantidade de alimento produzida durante a chuva seria suficiente para manter os animais durante a estação seca. A média da produção de leite diária nas propriedades foi 1,19 litros por cabra. Os problemas mais graves de instalações foram identificados nos cabriteiros. No início do estudo, nenhum produtor realizava escrituração zootécnica, a qual foi gradativa e parcialmente implantada. As principais enfermidades diagnosticadas foram parasitoses gastrintestinais, linfadenite caseosa, mastite subclínica, ectima contagioso e ceratoconjuntivite. A prevalência de linfadenite, mastite e parasitoses gastrintestinais foram reduzidas, após a adoção de práticas adequadas. Problemas reprodutivos foram relatados por 75% dos proprietários. Em quatro propriedades, as taxas de mortalidade de animais jovens foram maiores do que as aceitáveis (8%). Após análise dos dados, observou-se que a assistência técnica permanente e multidisciplinar pode minimizar os fatores limitantes à caprinocultura leiteira. O estudo demonstrou que os produtores aceitam a implantação de novas tecnologias, desde que estas sejam gradativamente implantadas e adequadas aos sistemas de produção.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Dal-Bó I.S., Ferreira M.P., Brun M.V., Silva Filho J.R., Nóbrega F.S., Quadros A.M., Feranti J.P.S. & Chagas J.A.B. 2013. [Femur osteosynthesis in little spotted cat (Leopardus tigrinus).] Osteossíntese de fêmur em gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus). Pesquisa Veterinária Brasileira 33(3):389-393. Departamento de Clínica de Pequenos Animais, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria, Campus Universitário, Prédio 97, Santa Maria, RS 97105-900, Brazil. E-mail: mauriciovelosobrun@hotmail.com
The little spotted cat or oncilla (Leopardus tigrinus) is a wild feline that has size and body proportions similar to the domestic cat (Felis catus), but can be classified as the smallest wild feline all the way from Costa Rica to Brazil and Argentina threatened with extinction. In domestic cats, the distal portion of the long bone femur is more susceptible to fractures. The aim of this paper is to report the treatment of a complete, transverse, supracondylar fracture of the right femur on a five-month-old little female oncilla, by internal fixation by two crossed Kirschner wires. At 60 days after surgery, the patient was discharged from the veterinary hospital and returned to its place of origin. Considering the author’s knowledge, this is the first report of osteosynthesis in L. tigrinus using this described technique. Due to similarities with species, anatomical, surgical and anesthetics data of domestic cats were considered. The fixation method was successful and limb function was achieved without any complication.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Dal-Bó I.S., Ferreira M.P., Brun M.V., Silva Filho J.R., Nóbrega F.S., Quadros A.M., Feranti J.P.S. & Chagas J.A.B. 2013. [Femur osteosynthesis in little spotted cat (Leopardus tigrinus).] Osteossíntese de fêmur em gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus). Pesquisa Veterinária Brasileira 33(3):389-393. Departamento de Clínica de Pequenos Animais, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria, Campus Universitário, Prédio 97, Santa Maria, RS 97105-900, Brazil. E-mail: mauriciovelosobrun@hotmail.com
O gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) apresenta porte e proporção corporal semelhante ao gato doméstico e é a menor espécie de felídeo não doméstico do Brasil, sendo classificado com espécie da fauna brasileira ameaçada de extinção. Em gatos domésticos, o fêmur é o osso que mais sofre trauma e a porção distal é a mais acometida por fraturas. Uma fêmea de gato-do-mato-pequeno, com cinco meses de idade, apresentando fratura completa transversa supracondilar de fêmur direito foi tratada com sucesso por meio de osteossíntese com dois fios de Kirschner cruzados. Aos 60 dias de evolução do procedimento cirúrgico, a paciente recebeu alta do Hospital Veterinário, sendo devolvida ao seu local de origem. Segundo o conhecimento dos autores, este é o primeiro relato de osteossíntese de fêmur com o uso de fios de Kirschner em Leopardus tigrinus. Assim, o tratamento foi desenvolvido com base em dados referentes ao gato doméstico em função da similaridade anatômica entre as duas espécies. O método de osteossíntese escolhido, nesse relato, mostrou-se eficaz, promovendo retorno adequado à função do membro.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Carvalho C.C.D., Ramos J.A.C., Rameh-de-Albuquerque L.C., Silva M.A., Sousa E.L., Lustosa D.A.P.V. & Soares P.C. 2013. [Blood profile, serum biochemistry, C-reactive protein and cortisol in golden conures (Guaroba guarouba) in captivity.] Perfil hematológico, bioquímico, proteína C reativa e cortisol de ararajuba (Guaroba guarouba) mantidos em cativeiro. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(3):394-398. Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, PE 52171-900, Brazil. E-mail: cleytondantas@bol.com.br
The aim of this study was to determine the hematological, serum biochemical, C-reactive protein and cortisol 14 clinically healthy golden conures (Guaroba guarouba) kept in captivity at the Zoo of Parque Estadual de Dois Irmãos Recife/PE, Brazil. Blood samples were collected from the jugular vein with an average of 0.8mL and divided into two parts, the first deposited in MiniCollect®EC and the other containing EDTA tube with gel separator for separating blood serum. Biochemical indicators and PCR was determined using the ARCHITECT analyzer c8000. Cortisol was analyzed on the Roche Cobas E411. To determine the number of erythrocytes and leukocytes the methodology of counting in a Neubauer chamber was used. Hematocrit was assessed by using the microhematocrit and hemoglobin for the method of cianometahemoglobulina. For the differential count the Shilling technique was used. The RBC indices (MCV, MCH and MCHC) were determined with values found in the erythrocytic series. The data were characterized by dispersion of frequencies, using the following measures of central tendency: mean, standard deviation, median and percentile 25 and 75 percentile. Parameters such as iron, triglycerides, CRP, and cortisol were identified and referenced in this pioneering species of bird. Data are presented as reference for Guaroba guarouba raised in captivity under similar conditions of management and healthiness and can still contribute to the work of ex situ conservation of this species.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Carvalho C.C.D., Ramos J.A.C., Rameh-de-Albuquerque L.C., Silva M.A., Sousa E.L., Lustosa D.A.P.V. & Soares P.C. 2013. [Blood profile, serum biochemistry, C-reactive protein and cortisol in golden conures (Guaroba guarouba) in captivity.] Perfil hematológico, bioquímico, proteína C reativa e cortisol de ararajuba (Guaroba guarouba) mantidos em cativeiro. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(3):394-398. Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, PE 52171-900, Brazil. E-mail: cleytondantas@bol.com.br
Objetivou-se determinar os valores hematológicos, bioquímicos séricos, proteína C reativa e cortisol de 14 ararajubas (Guaroba guarouba) clinicamente saudáveis mantidas em cativeiro no zoológico do Parque Estadual de Dois Irmãos Recife/PE. Amostras de sangue foram obtidas da veia jugular com volume médio de 0,8ml, fracionando em duas porções, a primeira depositada em tubo MiniCollect®CE contendo EDTA e a outra tubo com gel separador, para a separação do soro sanguíneo. Os indicadores bioquímicos e PCR foram determinados através do analisador ARCHITECT c8000. O cortisol foi analisado no Cobas E411 da Roche. Para a determinação dos números de eritrócitos e leucócitos, foi utilizada a metodologia da contagem em câmara de Neubauer. O hematócrito foi avaliado pelo método do microhematócrito e a hemoglobina pelo método da cianometahemoglobulina. Para a contagem diferencial de leucócitos, foi utilizada a técnica de Shilling. Os índices hematimétricos (VCM, HCM E CHCM) foram determinados com os valores encontrados na série eritrocítica. Os dados foram caracterizados por dispersão de freqüências, utilizando-se as seguintes medidas de tendência central: Média, desvio-padrão, mediana e percentil de 25 e percentil 75. A determinação de alguns parâmetros como ferro, triglicerídeos, PCR e cortisol foram identificados como sendo pioneiramente referenciados nesta espécie de ave. Os dados são apresentados como sendo de referência para a ararajuba (Guaroba guarouba) criada em cativeiro em condições similares de manejo e higidez e ainda pode contribuir para os trabalhos de conservação ex situ desta espécie.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Queiroz G.R., Ribeiro R.C.L., Romão F.T.N.M.A., Flaiban K.K.M.C., Bracarense A.P.F.R.L. & Lisbôa J.A.N. 2012. [Spontaneous Senna obtusifolia poisoning in cattle in the state of Parana, Brazil.] Intoxicação espontânea de bovinos por Senna obtusifolia no estado do Paraná. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(12):1263-1271. Departamento de Clínicas Veterinárias, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Londrina, Campus Universitário, Cx. Postal 6001, Londrina, PR 86051-990, Brazil. E-mail: janlisboa@uel.br
Plants of the genus Senna cause a degenerative myopathy in cattle and most of the reports refer to Senna occidentalis. The aim of this paper is to report, for the second time in Brazil, an outbreak of natural poisoning by Senna obtusifolia. It happened in the northwestern Paraná in a herd of 200 cows, 45 to 152 months of age, which had been placed into a feedlot to improve their nutritional status before the calving period. The cows stayed for eight days in this feedlot infested by the plant. Four to nine days after they got into the feedlot, 20 cows became ill and only one recovered. The clinical signs consisted of myoglobinuria, incoordination and permanent sternal recumbency. The affected cows showed increased activity of creatine phosphokinase, aspartate aminotransferase, gama-glutamyltransferase, and alkaline phosphatase. The main postmortem changes were in skeletal muscles of the hind limbs characterized by pale areas. The histological alterations were multifocal segmental necrosis of skeletal muscles and hepatic multifocal paracentral necrosis. Epidemiological, clinical and pathological data led to the diagnosis of Senna obtusifolia poisoning. The plant showed miotoxic and hepatotoxic effects on the poisoned animals and the disease was almost always lethal.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Queiroz G.R., Ribeiro R.C.L., Romão F.T.N.M.A., Flaiban K.K.M.C., Bracarense A.P.F.R.L. & Lisbôa J.A.N. 2012. [Spontaneous Senna obtusifolia poisoning in cattle in the state of Parana, Brazil.] Intoxicação espontânea de bovinos por Senna obtusifolia no estado do Paraná. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(12):1263-1271. Departamento de Clínicas Veterinárias, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Londrina, Campus Universitário, Cx. Postal 6001, Londrina, PR 86051-990, Brazil. E-mail: janlisboa@uel.br
Plantas do gênero Senna causam miopatia degenerativa em bovinos e o maior número de relatos envolve Senna occidentalis. O objetivo desse trabalho é relatar, pela segunda vez no Brasil, um surto de intoxicação natural por Senna obtusifolia. É descrito um surto de intoxicação por Senna obtusifolia, na região noroeste do estado do Paraná, que aconteceu em um lote de 200 vacas, com idade entre 45 e 152 meses, introduzidas em um confinamento para melhorar a condição corporal antes do parto. A área do confinamento estava invadida pela planta e as vacas permaneceram no local durante oito dias. Entre quatro e nove dias após a entrada no confinamento 20 vacas adoeceram e somente uma se recuperou. Os sinais consistiram em mioglobinúria, incoordenação e decúbito esternal permanente. As vacas doentes apresentaram aumento das atividades das enzimas creatina quinase, aspartato aminotransferase, gamaglutamiltransferase e fosfatase alcalina. Lesões na musculatura esquelética dos membros posteriores caracterizadas por áreas pálidas representaram as principais alterações observadas à necropsia de quatro bovinos. Necrose segmentar multifocal da musculatura esquelética e necrose paracentral multifocal no fígado foram as alterações histopatológicas mais relevantes. As evidências epidemiológicas, clínicas e patológicas indicam o diagnóstico de intoxicação por Senna obtusifolia. A planta demonstrou ter efeito miotóxico e hepatotóxico nos animais intoxicados e a doença foi quase sempre fatal.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Araújo E.B., Lima A.R., Pinheiro L.L., Muniz J.A.P.C., Imbeloni A. & Branco E. 2012. [Origin and distribution of the brachial plexus of Saimiri sciureus.] Origem e distribuição do plexo braquial de Saimiri sciureus. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(12):1351-1354. Setor de Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos e Selvagens do Instituto de Saúde e Produção Animal, Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus de Belém, PA 66077-530, Brazil. E-mail: ebranco.ufra@gmail.com
The authors described the origin and composition of the brachial plexus of four Saimiri sciureus, from the National Primate Center (Cenp), Ananindeua/PA, which were fixed with formaldehyde and dissected. Findings revealed that the brachial plexus of this species is composed by nervous fibers from the roots of cervical vertebrae C4 to C8 and thoracic vertebrae T1, and organized into four branchs. Each branch has formed a nerve or a group of nerves, the origin was varied between animals, mostly were found the cranial trunk originate the subclavian nerve; the medium-cranial originate the suprascapular, subscapular, part of radial and in some cases the axillary, musculocutaneous and median nerves; the medium-caudal trunk originate part of radial nerve and in some cases the axillary, musculocutaneous, median, thoracodorsal, ulnar and medial cutaneous of forearm nerves, the last two nerves also originate from the caudal trunk.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Araújo E.B., Lima A.R., Pinheiro L.L., Muniz J.A.P.C., Imbeloni A. & Branco E. 2012. [Origin and distribution of the brachial plexus of Saimiri sciureus.] Origem e distribuição do plexo braquial de Saimiri sciureus. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(12):1351-1354. Setor de Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos e Selvagens do Instituto de Saúde e Produção Animal, Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus de Belém, PA 66077-530, Brazil. E-mail: ebranco.ufra@gmail.com
Os autores descreveram a origem e composição do plexo braquial de quatro Saimiri sciureus, pertencentes ao Centro Nacional de Primatas (Cenp), Ananindeua/PA, os quais foram fixados com formaldeído e dissecados. Os achados revelaram que o plexo braquial desta espécie é constituído por fibras neurais provenientes da união das raízes dorsais e ventrais das vértebras cervicais C4 a C8 e torácica T1, e organizado em quatro troncos. Cada tronco formou um nervo ou um grupo de nervos, cuja origem variou entre os animais; na maioria, foi encontrado o tronco cranial originando o nervo subclávio, o tronco médio-cranial dando origem aos nervos supraescapular, subescapular, parte do radial, e em alguns casos ao nervo axilar, nervo musculocutâneo e ao nervo mediano; o tronco médio-caudal formou parte do nervo radial, e em alguns casos os nervos axilar, nervo musculocutâneo, nervo mediano, nervo toracodorsal, nervo ulnar e nervo cutâneo medial do antebraço, sendo os dois últimos também originados no tronco caudal.
Abstract in English:
Some species of Solanum cause poisoning in ruminants clinically characterized by cerebellar disorders and microscopically lysosomal storage disease. There are no specific necropsy injuries and microscopically occurs vacuolation and Purkinje cells loss. Since Solanum paniculatum is the species of greater occurrence in the Northeast region of Brazil and is responsible for spontaneous intoxication outbreaks in Pernambuco State, an experimental delineation was carried out to characterize the clinical and pathological condition of the intoxication. Five cattle were randomly allotted in two groups, with four animals in the experimental group (EG) and one animal as control (CG), with six months of age, no defined breed and weighting 120 kg. All animals were kept in stalls along 5 months in the Clínica de Bovinos de Garanhuns/UFRPE. All animals from the experimental group were fed 5g/kg/body weight/day of the dried leaves of S. paniculatum which was mixed in the ration. The plant was collected in farms where outbreaks of intoxication were described. A Head Raising Test was weekly performed to determine the occurrence of any cerebellum clinical signs and when the result was positive the animal was submitted to a blood and cerebrospinal fluid sampling and subsequently euthanized. The CNS and rete mirabile were fixed in 10% buffered formalin and stained by hematoxylin-eosin for histological evaluation. Morphometric analysis of cerebellum injuries was accomplished. To evaluate the laboratory results, it was used descriptive analysis and in relation to morphometry the Student t test (p<0.05) was used in the counting of Purkinje cells and the thickness of the molecular layer of the cerebellum the Mann Whitney test, with 5% level of significance. Three animals showed clinical signs of intoxication a mean period of 90 days and one animal in155 days. Clinical signs involved transient seizure episodes and balance disturbance. At necropsy there were no specific injuries of intoxication observed as well as changes in red and white cell blood count and liquor analysis. Histological examination showed mainly thin vacuolation of the pericardium, loss of Purkinje cells with Wallerian degeneration, spheroid axons in the granular layer and in the marrows white matter with astrocytes Bergman proliferation. Vacuolation and neuron necrosis were also observed in other sites the obex, cerebellum peduncles, rostral and caudal colliculi and rarely in the thalamus, basal ganglia, hippocampus and medulla oblongata. Morphometric analysis did not differ significantly (p <0.05) in number of Purkinje cells and in molecular layer thickness between the EG and CG, showing that despite the cattle develop clinical symptoms of intoxication and marked histopathological changes, these experimental conditions had caused no significant morphometric changes in relation to the CG. It is suggested a greater time of administration of the plant for the development of most intense lesions as natural cases. Laboratory results of blood and cerebrospinal fluid do not reflect changes related to poisoning by the plant.
Abstract in Portuguese:
Algumas espécies de Solanum causam intoxicações em ruminantes caracterizadas clinicamente por desordens cerebelares e microscopicamente como doença do depósito lisossomal. Não há lesões de necropsia específicas e microscopicamente ocorrem vacuolização e perda de neurônios de Purkinje. Por ser Solanum paniculatum a espécie de ocorrência na região Nordeste, sendo responsável pelos surtos de intoxicação espontânea descrito no Estado de Pernambuco foi realizado um delineamento experimental para caracterizar o quadro clínico-patológico da intoxicação. Foram usados cinco bovinos, sendo quatro no grupo experimental (GE) e um animal no controle (GC), de seis meses de idade, sem raça definida, com peso de 120 Kg, mantidos em baias durante cinco meses na Clínica de Bovinos de Garanhuns/UFRPE. Os animais receberam a planta, colhida nas propriedades em que ocorreram os surtos naturais, na dosagem de 5g/kg/PV/dia da planta dessecada misturada na ração por ingestão natural. Semanalmente realizou-se o Head Raising Test para determinar os sinais cerebelares e quando positivo os animais foram submetidos à colheita de sangue e do líquido céfalo-raquidiano e em seguida foi feito à eutanásia. O SNC e a rete mirabile foram fixados em formol a 10% tamponado, processados rotineiramente e corados pela hematoxilina e eosina para avaliação histopatológica. Foi realizada análise morfométrica das lesões cerebelares. Para avaliação dos resultados laboratoriais utilizou-se análise descritiva e em relação à morfometria, empregou-se o teste T de Student (p<0.05) na contagem de células de Purkinje e para a espessura da camada molecular do cerebelo o teste de Mann Whitney, com nível de 5% de significância. Três animais apresentaram sinais de intoxicação com tempo em média de 90 dias e um com 155 dias. Os sinais clínicos observados foram ataques convulsivos transitórios, e distúrbios do equilíbrio. Na necropsia não foram encontradas lesões específicas da intoxicação. Não houve alterações no hemograma e no líquido céfalo-raquidiano causado pela planta. No histopatológico havia principalmente vacuolização fina do pericário e perda de células de Purkinje, com degeneração Walleriana e esferóides axonais na camada granular e na substância branca medular, com proliferação dos astrócitos de Bergman. Vacuolização e necrose neuronal também foram observadas no óbex, pedúnculos cerebelares e colículos rostral e caudal e raramente no tálamo, núcleos da base, hipocampo e medula oblonga. Na análise morfométrica não houve diferença significativa (p<0,05) entre o número de células de Purkinje e a espessura da camada molecular entre o GE e GC, demonstrando que apesar dos bovinos desenvolverem quadro clínico da intoxicação e alterações histopatológicas acentuadas, mas nestas condições experimentais não ocorreram alteração morfométricas significativas em relação ao GC. Sugerindo que há necessidade de um tempo de administração maior da planta para o aparecimento de lesões mais acentuadas como as que ocorrem em casos naturais. Os resultados laboratoriais de sangue e do líquido céfalo-raquidiano não refletem alterações relacionadas à intoxicação pela planta.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Medeiros M.A., Riet-Correa F., Pessoa A.F.A., Pessoa M.C.R., Batista J.A., Dantas A.F.M., Miranda Neto E.G. & Medeiros R.M.T. 2012. [Use of Prosopis juliflora pods as food for cattle and horses.] Utilização de vagens de Prosopis juliflora na alimentação de ruminantes e equinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(10):1014-1016. Hospital Veterinário, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, PB 58708-110, Brazil. E-mail: rmtmed@uol.com
The ingestion of pods of Prosopis juliflora causes nervous signs in cattle due to lesions in the trigeminal nuclei, and colics in horses due to the formation of phytobezoars in the gut. The objective of this research was to study the toxicity for of P. juliflora pods in horses, and to establish if 30% of pods in the feed are not toxic for cattle. Three experiments were performed. In Experiment 1, two steers were fed, during one year, with food containing 30% of P. juliflora pods. None of the experimental animals showed nervous signs. In Experiment 2, two horses received pods of P. juliflora in amount equivalent to 1% of their bw during four months. For other 3 months this amount was increased to 1.5% bw. In Experiment 3, two horses received P. juliflora pods ad libitum during 30 days. None of the horses showed nervous signs or colic due to the presence of phytobezoars in the gut. These results suggest that P. juliflora pods, despite their toxicity, can be used to feed cattle at concentrations of 30% of the food during one year. There are no restrictions for the use of P. juliflora pods in horses in confined or semi-confined systems, but it is not recommended to maintain equidae grazing in areas where P. juliflora is fructificating. It is suggested that there is a loss in the capacity of the pods to form phytobezoars after harvesting. Cattle may be kept in areas invaded by P. juliflora, during fructification, for no more than 30 days.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Medeiros M.A., Riet-Correa F., Pessoa A.F.A., Pessoa M.C.R., Batista J.A., Dantas A.F.M., Miranda Neto E.G. & Medeiros R.M.T. 2012. [Use of Prosopis juliflora pods as food for cattle and horses.] Utilização de vagens de Prosopis juliflora na alimentação de ruminantes e equinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(10):1014-1016. Hospital Veterinário, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, PB 58708-110, Brazil. E-mail: rmtmed@uol.com
As vagens de Prosopis juliflora (algaroba) causam sinais nervosos em bovinos, devidos a lesões no núcleo motor do trigêmeo, e cólicas em cavalos devidos à formação de fitobezoários no intestino. O presente trabalho objetivou estudar a toxicidade das vagens de P. juliflora para equinos e comprovar que a utilização 30% de vagens adicionadas na ração de bovinos não causa intoxicação. Para isso foram realizados três experimentos. No Experimento 1, dois bovinos ingeriram, durante um ano, vagens de algaroba, em quantidade equivalente a 30% do total da matéria seca ingerida. Nenhum animal experimental apresentou sinais nervosos. No Experimento 2, dois cavalos receberam vagens em quantidade equivalente a 1% do peso corporal (pc) durante quatro meses e em quantidade equivalente a 1,5% do pc durante outros três meses. No experimento 3, dois equinos receberam vagens ad libitum, durante um mês. Em nenhum dos equinos foram observados sinais nervosos nem cólicas devidas à formação de fitobezoários. Esses resultados sugerem que as vagens de algoraba, apesar de sua toxicidade, podem ser utilizadas na alimentação de bovinos em confinamento ou semi-confinamento, nas concentrações de 30% da alimentação por períodos de até um ano. Não há restrições para a administração de vagens de algaroba em equinos confinados; no entanto, permanecem as restrições para o pastejo de equídeos em áreas invadidas por algaroba. Sugere-se que as vagens perdem a sua capacidade de formar fitobezoários em consequência do armazenamento. Bovinos não devem permanecer em áreas invadidas por P. juliflora, quando a planta está frutificando, por mais de 30 dias.