Ano 2016 - Volume 36, Número 7


Título
Detecção e tratamento de otite por Rhabditis blumi em bovinos da região Norte do Brasil, 36(7):605-610
Autores

Resumo
RESUMO.- Barbosa J.D., Silva J.B., Lima D.H.S., Araújo L.H.V., Santos L.L., Belo Reis A.S., Salvarani F.M. & Brito M.F. 2016. [Detection and treatment of otitis by Rhabditis blumi in cattle of northern Brazil.] Detecção e tratamento de otite por Rhabditis blumi em bovinos da região Norte do Brasil. Pesquisa Veterinária Brasileira 36(7):605-610. Instituto de Medicina Veterinária, Campus de Castanhal, Universidade Federal do Pará, Rodovia BR-316 Km 61, Castanhal, PA 68741-740, Brazil. E-mail: diomedes@ufpa.com

O presente estudo teve como objetivo descrever a ocorrência de otite parasitária causada por Rhabditis blumi em bovinos leiteiros de raça Gir de uma fazenda da região Norte do Brasil. Foram coletadas amostras de 42 bovinos por swab e lavado dos condutos auditivos externos (CAE). Ao exame clínico, 9,5% (4/42) dos bovinos apresentavam sintomatologia nervosa, como leve a moderada rotação da cabeça, apatia, flacidez dos lábios e ptose palpebral unilateral, alopecia das regiões da cabeça e cupim, causados pelo desconforto e prurido da região auricular, alteração na mastigação e acúmulo de alimento na cavidade oral. Adicionalmente, 71,4% (30/42) dos abovinos mostraram a presença do parasita no cerúmen dos condutos auditivos. À análise microscópica do material do saco conjuntival foi observado presença do parasita em 90% (9/10) dos bovinos avaliados. Os 30 bovinos positivos para Rhabditis spp. foram distribuídos aleatoriamente em três grupos de 10 animais: (G1) Bovinos controle, (G2) Bovinos tratados com ivermectina 1% pour on e (G3) Bovinos submetidos a lavado dos condutos auditivos externos (CAE). Cada tratamento foi repetido três vezes com intervalo de sete dias. No G1 os 10 bovinos mantiveram-se infectados durante todo o estudo. No G2 20% dos bovinos foram negativos após os dois primeiros tratamentos, porém, mostraram-se positivos na terceira avaliação. No G3 todos os bovinos mantiveram-se positivos, sendo observada apenas diminuição da carga parasitária. A identificação por análise molecular por meio de fragmentos amplificados da expansão D2/D3 do 28S rDNA confirmou a presença apenas da espécie Rhabditis blumi nos animais. Baseado nas observações clínicas, morfológicas e moleculares pode-se relatar o primeiro caso de R. blumi em bovinos da raça Gir no Estado do Pará, através da compra de animais oriundos de áreas onde a otite parasitária tem sido diagnosticada, principalmente de Minas Gerais, para formar animais mestiços (Gir x Holandês). Desta forma ressalta-se a importância do exame clínico prévio dos animais a serem transferidos para outras propriedades ou regiões. Este relato também parece ser o primeiro sobre a presença de R. blumi no saco conjuntival de bovinos. O tratamento com ivermectina no G2 não surtiu melhora clínica dos bovinos.
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