Ano 2019 - Volume 39, Número 6


Título
Urolitíase obstrutiva em suínos de crescimento e terminação, 39(6):382-387
Autores

Resumo
RESUMO.- Lorenzett M.P., Cruz R.A.S., Cecco B.S., Schwertz C.I., Hammerschmitt M.E., Schu D.T., Driemeier D. & Pavarini S.P. 2019. Obstructive urolithiasis in growing-finishing pigs. Pesquisa Veterinária Brasileira 39(6):382-387. Setor de Patologia Veterinária, Departamento de Patologia Clínica Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves 9090, Prédio 42505, Porto Alegre, RS 91540-000, Brazil. E-mail: sauloppvet@yahoo.com.br

Urolitíase obstrutiva é uma enfermidade caracterizada pela presença de urólitos no trato urinário, com consequente obstrução das vias de excreção. Este artigo descreve os achados epidemiológicos e clínico-patológicos de 22 surtos de urolitíase em suínos de crescimento e terminação no Sul do Brasil. Os suínos afetados eram machos e clinicamente apresentavam letargia, disúria, prolapso retal, abaulamento do abdômen, extremidades cianóticas e relutância em movimentar-se. A duração dos sinais clínicos variou de 12 horas a uma semana, e a letalidade foi de 100%. As alterações macroscópicas caracterizaram-se por ruptura da bexiga com acentuada quantidade de líquido de coloração amarelada e odor amoniacal (urina) livre na cavidade abdominal (uroperitônio), além de discreta deposição de fibrina sobre os órgãos e hidronefrose. Frequentemente obstruindo o lúmen da uretra peniana e por vezes livre na cavidade abdominal, era possível observar urólitos urinários que variavam de 0,3 a 1cm de diâmetro. Os achados histopatológicos incluíram edema e hemorragia difusos e acentuados na bexiga, associado a infiltrado inflamatório predominante de linfócitos, plasmócitos e macrófagos. Na uretra peniana havia necrose difusa e acentuada do epitélio da mucosa. No peritônio e nas serosas dos órgãos da cavidade abdominal havia intensa deposição de fibrina e infiltrado neutrofílico. Os urólitos foram submetidos ao método de determinação qualitativa dos componentes minerais, os quais foram compatíveis com carbonato de cálcio e fosfato de amônio magnesiano. A análise da ração de crescimento revelou baixos níveis de cálcio, em relação ao fósforo, perfazendo uma relação Ca:P de aproximadamente 0,35:1. Os achados histológicos e as dosagens minerais sugerem que os surtos de urolitíase foram relacionados a um desequilíbrio nutricional nas proporções de cálcio e fósforo dietético. A principal causa da morte dos suínos foi relacionada à desidratação e ao uroperitônio.
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