Ano 2018 - Volume 38, Número 7


Título
Alterações neoplásicas e não neoplásicas das mãos e dos pés de cães (2003-2016), 38(7):1394-1404
Autores

Resumo
RESUMO.- Silva L.F., Blume G.R., Eloi R.S.A., Lemos J.A., Silva A.S., Lorenzo C., Sonne L., Reis Jr J.L. & Sant’Ana F.J.F. 2018. [Neoplastic and non-neoplastic lesions of the hands and feet of dogs (2003-2016).] Alterações neoplásicas e não neoplásicas das mãos e dos pés de cães (2003-2016). Pesquisa Veterinária Brasileira 38(7):1394-1404. Laboratório de Diagnóstico Patológico Veterinário, Universidade de Brasília, Brasília, DF 70636-020, Brazil. E-mail: santanafjf@yahoo.com


Mãos e pés de cães são comumente afetados por lesões neoplásicas e não neoplásicas. Estas alterações podem apresentar prognóstico histopatológico ou clínico ruim e a amputação tende a ser o tratamento de escolha. Estudos prévios avaliando a prevalência e os aspectos clínicopatológicos de alterações digitais em cães têm sido realizados em outros países, entretanto trabalhos similares não foram realizados no Brasil. O objetivo do presente estudo foi descrever e caracterizar histologicamente as lesões das mãos e pés de cães. Amostras de 105 lesões tumoriformes das mãos e pés de cães foram avaliadas. Essas amostras foram coletadas entre 2003 e 2016 e foram obtidas de três laboratórios brasileiros de diagnóstico veterinário. Todos espécimes foram fixados em formol tamponado 10%, processados rotineiramente e corados por hematoxilina-eosina. Adicionalmente, as colorações de azul de toluidina, Brown e Breen, periodic acid Schiff (PAS), Grocott Methenamine Silver (GMS) e Ziehl Neelsen foram utilizados em casos específicos. Imuno-histoquímica foi realizada usando os anticorpos anti-Leishmania spp., anti-CD117, anti-CD79, anti-CD3, anti-Melan A, anti-lisozima, anti-Pancytokeratin AE1/AE3 e anti-vimentina. Os neoplasmas (62,9%) foram as alterações mais frequentes, seguidas por inflamações (19%) e outras alterações (18,1%). Entre os neoplasmas, 40,9% foram mesenquimais, 39,4% epiteliais e 19,7% de células redondas. Todos os neoplasmas de células redondas e a maioria dos epiteliais e mesenquimais eram malignos. Não se observou predileção de prevalência dos neoplasmas em relação ao sexo. As raças Labrador Retriever, Schnauzer, Teckel, SRD, Pastor Alemão, Rottweiler e Pit Bull foram as mais afetadas. Fila Brasileiro, Pit Bull e Schnauzer tiveram alta incidência de neoplasmas mesenquimais, epiteliais e de células redondas, respectivamente. Inflamação foi mais comumente observada em cães Labrador Retriever e as outras alterações em Teckel, Labrador Retriever e SRD. A idade e o peso médio dos animais afetados foram de 8,4 anos e 28,5 kg, respectivamente. O diâmetro médio das lesões tumoriformes foi de 2,5 cm e as lesões neoplásicas apresentaram as maiores médias. As lesões ocorreram principalmente em animais de pelagem amarela. A maioria das biópsias incisionais (56,4%) e amputações (85,3%) consistiram de neoplasmas. O principal membro afetado foi o torácico direito e o dígito foi a estrutura anatômica acometida mais frequentemente. Carcinoma de células escamosas (14,2%) foi o neoplasma mais frequente, seguido do mastocitoma (7,6%), melanoma (7,6%) e sarcoma indiferenciado (7,6%). Em metade dos casos de inflamação, a lesão acometeu o folículo piloso e derme adjacente, e o infiltrado foi predominantemente piogranulomatoso ou lnfoplasmocítico. Cistos foliculares, calcinose circunscrita e acrocordoma foram as principais lesões não neoplásicas e não inflamatórias diagnosticadas.
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