Ano 2018 - Volume 38, Número 6


Título
Anaplasmataceae em gatos (Felis catus) no município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, 38(6):1137-1150
Autores

Resumo
RESUMO.- Pinto A.B.T., Paludo G.R., Gazêta G.S., Jardim M.P.B., Scalon M.C., Silva A.B. & Albernaz A.P. 2018. [Anaplasmataceae in cats (Felis catus) in the city of Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro.] Anaplasmataceae em gatos (Felis catus) no município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Pesquisa Veterinária Brasileira 38(6):1137-1150. Laboratório de Clínica e Cirurgia Animal, Hospital Veterinário, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Parque Califórnia, Campos dos Goytacazes, RJ 28013-602, Brazil. E-mail: andersonbtvet@gmail.com

No Brasil, até o ano 2000, os agentes riquetsiais em felinos domésticos eram poucos conhecidos, existindo somente relatos esporádicos de Ehrlichia sp. As recentes pesquisas envolvendo biologia molecular e agentes riquetsiais confirmam a ideia de que estes agentes estão presentes nesses animais e, por este motivo, demonstram a necessidade de estudos mais detalhados no Brasil. O objetivo do presente trabalho foi a caracterização dos agentes da família Anaplasmataceae que acometem os felinos domésticos e esclarecer a importância dos felinos na cadeia epidemiológica das doenças riquetsiais por métodos moleculares e sorológicos associando a presença das doenças aos parâmetros clínicos e laboratoriais. Foram obtidas amostras sanguíneas de 60 felinos domésticos, independentes de sanidade, provenientes de atendimentos clínicos. Destas amostras foram realizados hemograma e bioquímica sérica, e os dados foram utilizados para preenchimento da ficha laboratorial. As amostras foram processadas para obtenção de concentração de células e soro, para realização da reação em cadeia pela polimerase (PCR) e reação por imunofluorescência indireta (RIFI), respectivamente, para identificação de agentes da família Anaplasmataceae. Os dados foram utilizados para análise descritiva para formação de frequências epidemiológicas e para realização de testes não-paramétricos pelo Qui‑quadrado de Pearson (p≤5%) associando as alterações laboratoriais às infecções por Ehrlichia canis, Anaplasma platys e Anaplasma phagocytophilum. Os resultados obtidos revelaram a presença de 33,33% de agentes Anaplamastaceae na amostra populacional, sendo 8,33% para E. canis, 20% para A. platys e 10% para A. phagocytophilum. Foram realizadas as sorologias das amostras, pela imunofluorescência indireta, para verificação de amostras reagentes para A. phagocytophilum, sendo 8,33% amostras reagentes na amostra populacional. As alterações clínicas e laboratoriais mais frequentes em pacientes positivos por agentes Anaplasmataceae foram letargia, linfadenomegalia, mucosas pálidas, desidratação, trombocitopenia, hiperglobulinemia e hipoalbuminemia. Destes dados foram realizadas as correlações não paramétricas e não foram verificadas dependências das alterações laboratoriais com a presença de animais positivos para agentes Anaplasmataceae. A identificação dos agentes E. canis e A. platys visa esclarecer a doença na região, sendo instrumento de orientação da doença pelo médico veterinário ao proprietário para que tenha medidas adequadas de tratamento e prevenção. A presença de agentes A. phagocytophilum é considerada, sem dúvidas, uma notificação importante devido ao potencial zoonótico.
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