Ano 2018 - Volume 38, Número 4


Título
Susceptibilidade antibiótica de isolados bacterianos em diferentes tipos de ceratites ulcerativas de cães na cidade de Cuiabá, 38(4):726-733
Autores

Resumo
RESUMO.- Monteiro G.B., Ruiz T., Schroder D.C., Silveira M.M., Dower N.M.B., Kagueyama F., Dutra V. & Ribeiro A.P. 2018. [Antibiotic susceptibility of bacteria isolated from different types of ulcerative keratitis of dogs in the city of Cuiabá, Brazil.] Susceptibilidade antibiótica de isolados bacterianos em diferentes tipos de ceratites ulcerativas de cães na cidade de Cuiabá. Pesquisa Veterinária Brasileira 38(4):726-733. Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso, Av. Fernando Corrêa da Costa 2367, Boa Esperança, Cuiabá, MT 78060-900, Brazil. E-mail: alexandre.aleribs@gmail.com

Objetivou-se identificar microrganismos isolados de diferentes tipos de ceratite ulcerativa em cães, juntamente com a sua susceptibilidade a antimicrobianos. O resultado do tratamento médico e cirúrgico também foi correlacionado com o tipo de isolado. Amostras para microbiologia foram obtidas com auxílio de swab estéril em 104 olhos de 72 pacientes sem histórico prévio de tratamento com antibióticos tópicos, atendidos no período de maio de 2012 a março de 2015. Os antibióticos testados foram: neomicina, gentamicina, tobramicina, cloranfenicol, polimixina B, ciprofloxacino, ofloxacino e moxifloxacina. No total, 131 bactérias foram isoladas de 96/104 olhos estudados, sendo o gênero Staphylococcus (48,09%) predominante, seguido por Pseudomonas aeruginosa (16,01%). O Shih Tzu foi a raça mais prevalente (33,33%) e o número de isolados gram-negativos foi significativamente maior nessa raça, comparativamente aos Pinschers (p=0,003), aos Filas, aos Poodles e aos sem raça definida (p=0,046). As bactérias isoladas neste estudo apresentaram maior susceptibilidade ao ofloxacino (84,55%), que foi significativamente mais eficaz em relação a neomicina e a polimixina B (p<0,0001), ao cloranfenicol (p=0,0001), a tobramicina (p=0,0007), a gentamicina (p=0,0021) e as outras fluorquinolonas, ciprofloxacino (p=0,0004) e moxifloxacino (p<0,0001). Os organismos gram-positivos foram isolados de um número significativamente maior de olhos que apresentavam ceratite ulcerativa não complicada, comparativamente àqueles com olhos acometidos por ceratite ulcerativa complicada (p=0,011). Igualmente, o número de bactérias gram-positivas foi maior que o de gram-negativas, tanto nos casos que receberam tratamento médico, como nos que foram operados, sem significativa estatística (p=0,745). Na presente pesquisa, Staphylococcus sp. foi a bactéria mais encontrada nas ceratites ulcerativas não complicadas. Já nos olhos com ceratites complicadas, embora a Pseudomonas aeruginosa tenha sido a bactéria mais predominante, o tratamento clínico foi suficiente para cura da afecção corneal na maior parte dos casos. O ofloxacino e a gentamicina foram os agentes mais eficazes contra a maioria dos isolados, com exceção do Streptococcus sp., onde o cloranfenicol se mostrou o mais eficaz. Ceratites ulcerativas sem complicações que apresentem culturas negativas podem evoluir para ceratites ulcerativas complicadas, salientando a necessidade de tratamento anti-colagenolítico em todos os casos.
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