Ano 2018 - Volume 38, Número 2


Título
Tétano em equinos: um panorama de 70 casos, 38(2):285-293
Autores

Resumo
RESUMO.- Ribeiro M.G., Nardi Júnior G., Megid J., Franco M.M.J., Guerra S.T., Portilho F.V.R., Rodrigues S.A. & Paes A.C. 2018. Tetanus in horses: an overview of 70 cases. [Tétano em equinos: um panorama de 70 casos.] Pesquisa Veterinária Brasileira 38(2):285-293. Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Cx. Postal 560, Botucatu, SP 18618-681, Brazil. E-mail: mgribeiro@fmvz.unesp.br

Tétano é caracterizado por elevada mortalidade em equinos. Estudos envolvendo séries de casos da doença provenientes de diferentes áreas geográficas possibilitam avaliar o prognóstico, eficácia do tratamento e ações de controle. Foram avaliados, retrospectivamente, os principais achados epidemiológicos (raça, idade, sexo, uso dos equinos, história de vacinação, sazonalidade, presença de lesões/histórico de procedimentos cirúrgicos e evolução dos casos) e aspectos clínicos (sinais clínicos, período de incubação, tempo de hospitalização e período entre início dos sinais e hospitalização) em 70 casos de tétano em equinos atendidos entre 1990 e 2015, com ênfase na associação entre os dados clínico-epidemiológicos e a evolução dos casos (mortalidade). Foi observada alta mortalidade (72,9%) nos equinos. Do total de equinos, 57,1% apresentavam lesões ou histórico de procedimentos cirúrgicos relacionados com tétano, representados principalmente por lesões em membros posteriores (42,5%), membros anteriores (15,0%), infecções umbilicais (7,1%), castração (4,3%) e lesões de face (4,3%). Hiperestesia, espasticidade dos membros, rigidez de pescoço, espasmos tetânicos e restrição aos movimentos de mandíbula foram os principais sinais clínicos observados. Apesar da ausência de significância estatística, todos os animais com presença de infecções umbilicais, lesões na face, decúbito prolongado, sudorese e disfagia/afagia evoluíram para óbito e, associado ao início dos sinais clínicos e a demora no atendimento (< 5 dias), foram considerados indicativos de prognóstico reservado. Em contraste, foi observada associação significante (p=0,001) entre a sobrevivência dos animais e o tempo de hospitalização maior que 7 dias, considerado uma indicação de bom prognóstico. A elevada mortalidade do tétano, mesmo em equinos tratados, enfatiza a necessidade do diagnóstico precoce, do rápido atendimento veterinário e adoção de medidas profiláticas nos criatórios.
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