Ano 2016 - Volume 36, Número 8


Título
Perfil de proteínas plasmáticas em cadelas gestantes e não gestantes, 36(8):781-786
Autores

Resumo
RESUMO.- Vannucchi C.I., Lúcio C.F., Regazzi F.M., Angrimani D.S.R., Brito M.M. & Abreu R.A. 2016. [Plasmatic protein profile of pregnant and non-pregnant bitches.] Perfil de proteínas plasmáticas em cadelas gestantes e não gestantes. Pesquisa Veterinária Brasileira 36(8):781-786. Departamento de Reprodução Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, Avenida Prof. Orlando Marques de Paiva 87, São Paulo, SP 05508-270, Brazil. E-mail: cacavann@usp.br

O estudo das interações orgânicas da gestação e as mudanças fisiológicas que estão ocorrendo nesta fase são de extrema importância para a avaliação clínica da fêmea gestante ou para estabelecer o diagnóstico de processos patológicos em andamento. O objetivo do presente estudo foi comparar o perfil das diversas proteínas sanguíneas (frações protéicas do soro - albumina, a1, a2, b, g globulinas e proteína total) durante o período gestacional e no diestro em cadelas. Foram utilizadas 40 fêmeas caninas da raça Dogue Alemão, em idade variando entre 2 a 7 anos, clinicamente saudáveis. Os animais foram separados em dois grupos, denominados Grupo não gestante (NG) e Grupo gestante (G), constituídos por 20 fêmeas em diestro e 20 fêmeas gestantes, respectivamente. Preconizou-se colheita de sangue semanalmente de cada animal durante 9 semanas. Nas fêmeas do grupo NG, as amostras foram colhidas a partir do início do diestro, até a detecção do início do anestro; no grupo G, as amostras foram colhidas do início do diestro até o momento da parição. A partir do soro sanguíneo, foram determinadas as concentrações de proteína total, albumina, a1, a2, b e g globulinas. Não houve diferença significativa quanto aos resultados de proteína sérica total entre a 1ª e 6ª semanas de gestação e diestro, havendo decréscimo gradual em ambos grupos. Já ao final da gestação (entre a 7ª e 9ª semanas), houve acréscimo significativo dos valores de proteína total, sugerindo ação anabólica. Os níveis de albumina sofreram queda da 1ª a 9ª semana, tanto no grupo gestante, como não-gestante, com diferença estatística entre os dois grupos na 7ª, 8ª e 9ª semanas. As concentrações de α1 globulina nas fêmeas gestantes sofreram acréscimo significativo a partir da 2ª semana, contudo, diferença estatística entre os grupos NG e G ocorreu somente na 8ª e 9ª semanas, coincidindo com a fase de preparação à parição. Houve aumento no perfil de α2 globulina entre a 2ª e 3ª semanas de gestação, porém tais valores não diferiram das fêmeas em diestro. Diferença significativa de α2 globulina foi observada apenas durante a 4ª, 5ª, 6ª, 8ª e 9ª semanas entre os dois grupos avaliados. As concentrações séricas de β globulina nas cadelas não-gestantes foi superior às das fêmeas gestantes durante a 2ª, 4ª e 7ª semanas. Durante o primeiro terço da gestação (1ª a 3ª semana), foi observado queda dos valores de γ globulina, coincidente ao período pré implantacional e durante a formação dos sítios de implantação. Entre a 8ª e 9ª semanas de gestação, houve acréscimo significativo de γ globulina, possivelmente conseqüente ao aumento da produção de imunoglobulinas direcionadas à glândula mamária, como constituinte do colostro. Em conclusão, as proteínas alteram-se de forma evidente durante o período de gestação. Foi possível inferir diferenças nas funções biológicas das proteínas sanguíneas em cadelas gestantes e não gestantes. As proteínas determinadas estão envolvidas com o estímulo inflamatório durante a gestação, além dos mecanismos de regulação hormonal e preparação do organismo materno à lactação.
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